quinta-feira, 7 de outubro de 2010




À deriva...

* Por Lêda Selma


Recrias sem jeito
esse jeito tão teu,
silencial e intrépido,
de machucar sem ferir.

E me tornas de vidro,
e me entornas os sonhos,
e te tornas aragem
e te vais sem partir.

Só rastros me deixas
nas deixas dos becos
que me estreitaram o caminho.

E me vejo à deriva,
e, assim, menos tua,
e mais frágil que o tempo.

• Poetisa e cronista, licenciada em Letras Vernáculas, imortal da Academia Goiana de Letras, baiana de Urandi, autora de “Das sendas travessia”, “Erro Médico”, “A dor da gente”, “Pois é filho”, “Fuligens do sonho”, “Migrações das Horas”, “Nem te conto”, “À deriva” e “Hum sei não!”, entre outros.

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