segunda-feira, 18 de outubro de 2010




Pura nostalgia

* Por Aliene Coutinho


Saudade
Do mar,
De pisar na areia da praia,
De comer fruta
Da árvore,
De amigos antes
Inseparáveis,
Das músicas que sabia de cor
E cantava ao som do violão,
Das noites de lua cheia
E vinho barato,
Das descobertas
Que agora parecem insignificantes,
Dos encontros furtivos
E dos marcados com ansiedade,
Dos desencontros que
Desapontaram
E dos que foram de propósito,
Dos livros emprestados
E nunca devolvidos,
Das histórias contadas para dormir,
que me fizeram acordar para os sonhos,
Dos poemas escritos em guardanapos
hoje indecifráveis pela tinta borrada,
De ter todo o tempo
Do mundo para não fazer nada,
Do que fui por tantos anos
E que relembro em questões
De segundos,
E descubro que já não sou
E não tenho mais.

* Jornalista e professora de Telejornalismo

5 comentários:

  1. Saudades...fazem parte.
    Mas tem dias que ela aperta...
    Abraços

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  2. Também sinto saudades dessas coisas tão simples e fundamentais, Aliene! Lindo! Parabéns! Beijos!

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  3. Lindo, lindo, Aliene!
    Este poema me trouxe saudades...Inclusive, quando ouço as músicas da minha juventude sempre me causa uma grande nostalgia.
    Parabéns, poetamiga!
    Beijos

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  4. Preponderou o sentimento de perda, mas com nostalgia de coisa vivida com a força da mágica. Quantos poderão reviver de uma maneira tão fotográfica como você consegue? Parabéns!

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