Virulência eleitoral
* Por Mara Narciso
A falta de ética da campanha de José Serra no segundo turno, associada aos e-mails criminosos espalhados pela internet dão a senha de até onde a virulência eleitoral pode chegar. São sérias as invencionices de todos os matizes que tentam colar em Dilma Rousseff e no PT. Isso enfraquece a nossa jovem democracia.
A agressividade dos que apóiam Serra está incomodando os eleitores indiferentes com a política, e afastando os mais sensíveis. Para conseguir o poder, o grupo de Serra está cometendo crimes eleitorais. O abuso precisa ser coibido. Falam o que querem. Jogam a pedra e escondem a mão. A grande mídia, agressiva, caso pudesse, instalaria Serra no Planalto pela força das letras e falas, junto com a internet, onde sobram grosserias da mais baixa estirpe.
O medo de Regina Duarte, de tempos atrás, diante da possibilidade de um governo Lula, é fichinha. Estou apavorada com a falta de civilidade de pessoas que, por preconceito, denigrem Dilma, e ainda colocam Lula no jogo, dizendo que o PSDB não conversaria com governos que apedrejam mulheres. Mas se acabam de apedrejar! A lógica dos pessedistas é ilógica. No vale tudo pela volta ao topo, não titubeiam em caluniar, depreciar, esvaziar, xingar, inverter.
José Serra, que também foi perseguido pela ditadura, e tem uma bela trajetória, deveria impedir seus correligionários de tratar, da maneira como tratam, a luta de Dilma pela volta à democracia, sua prisão e sua tortura. Até a doença e tratamento de Dilma são deformados em textos apócrifos e soltos de forma irresponsável pelo mundo virtual afora. Onde fica a decência dessa campanha?
Santificar Serra, colocando nele feitos alheios não é ético. E em cima disso falam da falta de ética do PT como se fossem políticos do mais puro sangue. O PT tem seus méritos e seus pecados, mas não pode aceitar a difamação como arma. O PSDB tem a sua história, suas glórias. Então as use. As estratégias envolvidas numa campanha não buscam uma conversa amigável, mas os adversários precisam se tratar com civilidade, como oponentes e não como inimigos. É preciso propiciar uma disputa limpa, insuflando os méritos reais de cada um, com anúncios ou denúncias de fatos verdadeiros e comprovados. E com responsabilidade.
Satanizar Dilma, colocando nela pecados dos outros é imoral. Também não se decidiram se Dilma é autoritária, ditadora, guerrilheira monstruosa, mulher voluntariosa, ou se é uma criatura, uma marionete, uma invencionice de Lula. Decidam-se marqueteiros do PSDB! Os eleitores inocentes estão confusos, e o risco é aumentar a indiferença e frieza, ampliando as abstenções e os votos nulos e brancos.
Não passo de uma ingênua ex-militante política, mas o momento é solene. A disputa acirrada é uma guerra. A democracia brasileira é jovem, mas já foi testada em outros pleitos. Vamos evitar o que há de ruim numa campanha política: o estímulo a intolerância. E que a lei possa alcançar os desobedientes.
* Médica, jornalista e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”.
* Por Mara Narciso
A falta de ética da campanha de José Serra no segundo turno, associada aos e-mails criminosos espalhados pela internet dão a senha de até onde a virulência eleitoral pode chegar. São sérias as invencionices de todos os matizes que tentam colar em Dilma Rousseff e no PT. Isso enfraquece a nossa jovem democracia.
A agressividade dos que apóiam Serra está incomodando os eleitores indiferentes com a política, e afastando os mais sensíveis. Para conseguir o poder, o grupo de Serra está cometendo crimes eleitorais. O abuso precisa ser coibido. Falam o que querem. Jogam a pedra e escondem a mão. A grande mídia, agressiva, caso pudesse, instalaria Serra no Planalto pela força das letras e falas, junto com a internet, onde sobram grosserias da mais baixa estirpe.
O medo de Regina Duarte, de tempos atrás, diante da possibilidade de um governo Lula, é fichinha. Estou apavorada com a falta de civilidade de pessoas que, por preconceito, denigrem Dilma, e ainda colocam Lula no jogo, dizendo que o PSDB não conversaria com governos que apedrejam mulheres. Mas se acabam de apedrejar! A lógica dos pessedistas é ilógica. No vale tudo pela volta ao topo, não titubeiam em caluniar, depreciar, esvaziar, xingar, inverter.
José Serra, que também foi perseguido pela ditadura, e tem uma bela trajetória, deveria impedir seus correligionários de tratar, da maneira como tratam, a luta de Dilma pela volta à democracia, sua prisão e sua tortura. Até a doença e tratamento de Dilma são deformados em textos apócrifos e soltos de forma irresponsável pelo mundo virtual afora. Onde fica a decência dessa campanha?
Santificar Serra, colocando nele feitos alheios não é ético. E em cima disso falam da falta de ética do PT como se fossem políticos do mais puro sangue. O PT tem seus méritos e seus pecados, mas não pode aceitar a difamação como arma. O PSDB tem a sua história, suas glórias. Então as use. As estratégias envolvidas numa campanha não buscam uma conversa amigável, mas os adversários precisam se tratar com civilidade, como oponentes e não como inimigos. É preciso propiciar uma disputa limpa, insuflando os méritos reais de cada um, com anúncios ou denúncias de fatos verdadeiros e comprovados. E com responsabilidade.
Satanizar Dilma, colocando nela pecados dos outros é imoral. Também não se decidiram se Dilma é autoritária, ditadora, guerrilheira monstruosa, mulher voluntariosa, ou se é uma criatura, uma marionete, uma invencionice de Lula. Decidam-se marqueteiros do PSDB! Os eleitores inocentes estão confusos, e o risco é aumentar a indiferença e frieza, ampliando as abstenções e os votos nulos e brancos.
Não passo de uma ingênua ex-militante política, mas o momento é solene. A disputa acirrada é uma guerra. A democracia brasileira é jovem, mas já foi testada em outros pleitos. Vamos evitar o que há de ruim numa campanha política: o estímulo a intolerância. E que a lei possa alcançar os desobedientes.
* Médica, jornalista e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”.
Também não considero o Serra nenhum santo, mas por outro lado não creio na falta de culpa no cartório de Dilma. Concordo com você que o errado é a leviandade, a inconsequencia do que se espalha impunemente por aí. Valeu, Mara.
ResponderExcluirMara, concordo plenamente com suas colocações, aliás equilibradas, ponderadas e muito pertinentes. Raramente vi alguém fazer campanha tão baixa como a que o candidato tucano vem fazendo. Se ele quer tanto ser presidente, que tal apresentar propostas sólidas, dele e não de seus marqueteiros, e dizer ao eleitor, com clareza, que Brasil ele tem na cabeça. Pelo jeito, não tem nenhum. Parabéns querida colega. Se você me permite, assino embaixo palavra por palavra do que você escreveu.
ResponderExcluirO negócio é que querem rasgar a nossa Constituição de 1988. O que nos chama atenção (acredito) foi uma pesquisa do Instituto Gallup, divulgada no final de setembro do corrente ano, concluindo que quanto mais religioso, mais pobre tende a ser um país. Na verdade, a partir da própria origem do cristianismo quando Jesus Cristo chamou os pobres de bem aventurados...
ResponderExcluirEnfim, politicamente falando, o nosso povo é muito fácil de ser enganado!!!
Abraços patrióticos do,
José Calvino
RecifeOlinda
Busco na política e nas eleições a tão bendita
ResponderExcluirtransparência que deveria ser uma prioridade
no perfil dos candidatos.
Busco...mas não encontro.
Mas, teimosamente ainda creio, ainda espero.
Abraços
Marcelo, me coloco como uma ex-militante política ingênua, mas fui da executiva, do diretório e trabalhei ruas afora por 25 anos. Os santos não costumam entrar para a política, e sim para a clausura. Mas pessoas de bem entram na política. Não pude deixar de me indignar com o vale tudo da campanha deste ano.
ResponderExcluirPedro, sinto-me fortalecida com o seu endosso das minhas opiniões, pois o considero um jornalista bem informado, coerente e equilibrado.
Calvino, a discussão deixou os grandes temas para ficar no varejo de questiúnculas, de quem disse mais isso do que aquilo. Que importância tem? Para mim pouca importa se o presidente é contra ou favor do direito ao aborto. Ele não pode mudar a lei diretamente. A religião atrasa o desenvolvimento da população.
Núbia, o que muitos políticos dizem, não se escreve. Os que escreveram mandam que se esqueça o que disseram, e os que foram filmados recebendo propina, dizem ser intriga. Enfim, a Glasnost( transparência) foi coisa da União Soviética, e de muito tempo atrás.
Amigos, obrigada pela participação.