Meu reencontro com Dona Lola
* Por Alexandre Lana Lins
A minha primeira leitura marcante foi Éramos Seis de Maria José Dupré. Tinha doze anos e descobria o mundo da leitura e da escrita. Vivi as alegrias e tristezas de Dona Lola e seus quatro filhos. Mas, tinha apenas doze anos de idade. Quatro anos depois, achei o livro novamente no meu armário e resolvi lê-lo novamente. Os personagens mudaram, pois a minha visão crítica tinha mudado. Percebi qualidades e defeitos em Dona Lola, que eu não havia enxergado antes. Borges (2000) descreve em seu texto Livro de Areia , a partir de um personagem, que “ o número de páginas deste livro é exatamente infinito”. Isto nos faz refletir que quando lemos o livro pela segunda vez, temos outra interpretação. Vemos outros aspectos que antes não percebíamos. É como se toda vez que pegássemos o livro para ler, tivéssemos outra história nas mãos.
Mendes ( Intertextualidade: Noções Básicas) diz que a “identificação da intertextualidade depende da extensão da leitura que se tenha.” Isto me faz refletir que quando eu li aos 19 anos, Capitães da Areia do autor Jorge Amado, e o Cortiço de Aloísio de Azevedo, comparei os personagens dos respectivos livros com a família de Dona Lola. Enfim, o meu primeiro livro que li, Éramos Seis, me deu embasamento para mergulhar no universo de Jorge Amado e Aloisio de Azevedo e compreender os diferentes mundos literários. “Quanto mais lermos, mais nos será possível percebermos a presença de uns textos em outros e maior será a nossa compreensão.”
A intertextualidade nos leva a compreender o mesmo texto de várias maneiras. Podemos transformar o texto de Dupré em teatro e, fazer do romance de Dona Lola, uma leitura diferente. Com imagens, cores humanizadas em atores em um ambiente lúdico do teatro. Ou, mesmo, fazer uma peça inspirada nos textos de Jorge Amado, Azevedo e Dupré, transformando-os em um único ato.
O teatro é uma forma de interação com o mundo literário e engana-se o indivíduo que acha a literatura um ato solitário. Para Soares (Condições Sociais da Leitura), “A leitura não é um ato solitário, é interação verbal entre indivíduo”. A partir do momento em que estamos lendo uma obra literária, nossa vida social é importante para influenciar toda a leitura. Todo o discurso produzido por um leitor é importante para o seu desenvolvimento crítico. Devem-se ignorar os erros ortográficos, quando o indivíduo coloca no papel as suas experiências e idéias em relação à vida e ao mundo.
• Jornalista
* Por Alexandre Lana Lins
A minha primeira leitura marcante foi Éramos Seis de Maria José Dupré. Tinha doze anos e descobria o mundo da leitura e da escrita. Vivi as alegrias e tristezas de Dona Lola e seus quatro filhos. Mas, tinha apenas doze anos de idade. Quatro anos depois, achei o livro novamente no meu armário e resolvi lê-lo novamente. Os personagens mudaram, pois a minha visão crítica tinha mudado. Percebi qualidades e defeitos em Dona Lola, que eu não havia enxergado antes. Borges (2000) descreve em seu texto Livro de Areia , a partir de um personagem, que “ o número de páginas deste livro é exatamente infinito”. Isto nos faz refletir que quando lemos o livro pela segunda vez, temos outra interpretação. Vemos outros aspectos que antes não percebíamos. É como se toda vez que pegássemos o livro para ler, tivéssemos outra história nas mãos.
Mendes ( Intertextualidade: Noções Básicas) diz que a “identificação da intertextualidade depende da extensão da leitura que se tenha.” Isto me faz refletir que quando eu li aos 19 anos, Capitães da Areia do autor Jorge Amado, e o Cortiço de Aloísio de Azevedo, comparei os personagens dos respectivos livros com a família de Dona Lola. Enfim, o meu primeiro livro que li, Éramos Seis, me deu embasamento para mergulhar no universo de Jorge Amado e Aloisio de Azevedo e compreender os diferentes mundos literários. “Quanto mais lermos, mais nos será possível percebermos a presença de uns textos em outros e maior será a nossa compreensão.”
A intertextualidade nos leva a compreender o mesmo texto de várias maneiras. Podemos transformar o texto de Dupré em teatro e, fazer do romance de Dona Lola, uma leitura diferente. Com imagens, cores humanizadas em atores em um ambiente lúdico do teatro. Ou, mesmo, fazer uma peça inspirada nos textos de Jorge Amado, Azevedo e Dupré, transformando-os em um único ato.
O teatro é uma forma de interação com o mundo literário e engana-se o indivíduo que acha a literatura um ato solitário. Para Soares (Condições Sociais da Leitura), “A leitura não é um ato solitário, é interação verbal entre indivíduo”. A partir do momento em que estamos lendo uma obra literária, nossa vida social é importante para influenciar toda a leitura. Todo o discurso produzido por um leitor é importante para o seu desenvolvimento crítico. Devem-se ignorar os erros ortográficos, quando o indivíduo coloca no papel as suas experiências e idéias em relação à vida e ao mundo.
• Jornalista
Sabe do que fez lembrar-me? De um livro que li
ResponderExcluirainda menina..."O meu pé de laranja lima", de como
me identifiquei com o Zezé e a vida dura daquela família.
O alcoolismo e tantas outras peculiaridades.
Como nossa percepção muda.
O primeiro olhar que foi o do encantamento hoje
passa a ser mais crítico.
Ótimo texto