terça-feira, 26 de outubro de 2010




Uma flor

* Por Evelyne Furtado

É apenas uma flor o que agora posso lhe oferecer.
Atravessou intempéries a minha flor. Haja vista esse tempo louco:
Ora vento excesso; ora sol em demasia.
Ora encolhe, ora amarela a flor que é bela, mas não amarela.
Nunca sei como amanhecerá, pois veste rosa e veste lilás.
Veste azul, às vezes, e se chama nuvem quando assim.
Ela é verde quando é sorte que lhe quer oferecer.
No momento são rubras as faces da flor, que na verdade quer ser branca, pois branca é a cor da paz, que venho regando dia após dia.
Esqueci-a por uns tempos e tomei um susto ao ver suas folhas esmorecendo.
Voltei aos cuidados, pois não quero que morra, a minha flor, sem que cumpra seu destino de paz.

• Poetisa e cronista de Natal/RN

3 comentários:

  1. Uma flor mutante, camaleoa como a autora que mexe e vira e fica a cada dia melhor.

    ResponderExcluir
  2. Um texto à flor da pele. Como o nome da coluna, como o estilo da autora. Muito bom, Evelyne.

    ResponderExcluir