quarta-feira, 27 de julho de 2016

Pelas oficinas da vida

* Por Ysolda Cabral


Parecia alheia, mas não estava! Estava atenta. Muito atenta!...

Cheguei cedo à oficina autorizada. Meu carro já passava do tempo da revisão que, também, programei para essas férias. Os portões ainda não estavam nem abertos quando cheguei.

O segurança disse: ''Só abrimos às 08h, minha senhora! Aguarde aí mesmo”. O ''aí mesmo'' era do lado de fora e o Sol já ia alto, às sete da manhã. Não me importei. Estava em companhia do maravilhoso livro, ''O RECOMEÇO – UM ITINERÁRIO DE TEMPO CÌCLICO'', do escritor paraibano, mas pernambucano de adoção, José Humberto, cuja história envolve entre muitas culturas; a Indígena, Maia e Asteca... ''O RECOMEÇO'' fala de extraterrestres, reencarnação, e fala do amor, de paixões; das tramas, dramas e possibilidades várias que a Vida nos impõe, desde sempre, com seus mistérios fascinantes... Um livro que traz reflexões extraordinárias e próprias de um grande e talentoso escritor filósofo e pesquisador que, facilmente, nos cativa e nos faz com ele refletir, nos enredando para o seu universo, e com isso,  o tempo passa sem a gente sentir.
- Mas, eu estava atenta. Muito atenta!  Alguém queria tomar o meu lugar, a minha vez de ser atendida...

Se fazendo de bobo, um senhor, posicionou o seu veículo à frente do meu e me olhou de soslaio, como se quisesse dizer que ali era lugar de homem. - O seu lugar!

Manteve até o carro ligado, o espertinho, para passar à minha frente. Contudo, estava ao celular, e pela sua expressão facial, deu para entender que seduzia alguma tonta, ou tentava, e quando se deu conta, o segurança havia aberto os portões e eu já estava sendo atendida pelo gerente da oficina que, me encaminhou a uma convidativa sala de espera, onde pude continuar no mundo do José Humberto, a divagar sobre os vários nomes de Jesus, constantes na Bíblia, através de um de seus personagens; o monsenhor Germano.

Não demorou para o meu carro ficar pronto e saí da oficina pensando no Messias, no Salvador, no Rei dos Reis... Pensando em Sidarta... O meu Sidarta de mocinha, do Hermann Hesse, que ainda hoje trago em minha cabeceira e dentro dele, o que resta de uma rosa vermelha...

Quanto ao senhor preconceituoso, sedutor e metido a espertalhão, ficou por lá! Tomara que tenha demorado tempo suficiente para entender a sua completa insignificância.
- Jesus Cristo tem cada filho!...  Ou, seria cada irmão?!...
- Esse livro do José Humberto faz a gente pensar... Como faz!

* Poetisa


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