quarta-feira, 20 de julho de 2016

Descanso


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Estou pensando em dar
Descanso à poesia.
Garimpar-lhe uma aposentadoria
por conta de maus tratos,
por conta de uma tal dificuldade para respirar,
por conta de sua própria extinção.
Poeta é bicho esquisito,
faz tudo diferente,
sabe nem fingir
que é normal.
Dou tratos á pequena joaninha
Que, desatualizada,
não sabe mais namorar a flor.
Só dá confiança ao poeta
por ver nele quem sabe,
 aquela pinguela que não
leva a lugar algum...

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


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