segunda-feira, 25 de julho de 2016

Para sempre Alice


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


Título de um filme estrelado por Julianne Moore, no qual ela interpreta a Dra. Alice Howland, uma renomada professora de linguistica. Aos poucos, ela começa a esquecer certas palavras e a se perder pelas ruas de Manhattan. Ela é diagnosticada com Alzheimer. A doença coloca em prova a força de sua família.

Não vou discorrer sobre a doença, essa parte o filme faz com brilhantismo. Sobre a interpretação da atriz? De dar agonia diante da busca por pequenas lembranças. Dar pitacos na medicina? Quem sou eu!!!!!!!!!!!!

Atrevo-me a falar de quem convive com esse ser inconstante que ora te acolhe, ora te ignora. Não sou catedrática no assunto, mas ajudo da maneira que posso, mergulho de olhos fechados pra não dar brechas ao sofrimento, vibro com cada ferida que fecha, com a febre que cessa, com os bocejos compridos que denotam o relaxamento muscular, eles são fortes e por instinto se defendem.

Observo no ambiente familiar a dedicação de cada um que por força da necessidade do outro abrem mão de si mesmos. Não condeno quem se acovarda, mas também não perco o meu tempo, pois essa doença é progressiva, faminta, pontual.

Confesso que nem sempre me contenho e de vez em quando me escapa uma lágrima que eu rapidamente disperso.

O tempo dita as ordens. Levanto-me todas as manhãs, afago quem me pede carinho e sigo, vou cuidar do meu pai, pois esse título, meu amigo, doença nenhuma há de apagar!

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


Um comentário:

  1. Na exata interpretação do "eu sei quem ele é", ou quem ele foi. E por isso a gente faz o impossível.

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