quinta-feira, 6 de outubro de 2011







Cataclismos

* Por Pedro J. Bondaczuk

Turbilhão feroz,
vórtice veloz,
redemoinho,
olho de furacão,
girando, girando,
bravio, devastador,
cataclismo incontrolável,
vento devastador,
inaudito vandalismo,
urro aterrador,
segue girando, girando
e mais, e mais, e mais,
dínamo descontrolado
infrene destruidor.

Vulcão gigante,
fornalha do inferno,
frêmito calcinador
do coração da Terra,
fundindo rochas
que escorrem, ígneas,
em rios de fogo,
tremendo, explodindo,
em gases tóxicos, letais
e cinzas ardentes
que a tudo consomem.

Um mundo encantado,
de luz e de sombras,
de bosques floridos,
de fontes refrescantes,
de lagos serenos
e floridas planícies,
desfaz-se, estilhaçado
por tais cataclismos.

Idéias, ternuras,
memórias, saudades,
projetos, esperanças,
amores, rancores
virtudes e vícios,
desmoronam, viram pó.

Não restam vestígios,
nos fundos abismos
que resultam da força
desses cataclismos
de fogo e de lavas,
de água e de vento
de ínfima vida.
Pois tudo desaparece,
tudo, tudo termina
em lúgubre silêncio,
paz do esquecimento.

* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas). Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

Um comentário:

  1. A Terra é viva, e o seu poema tem a força de uma erupção vulcânica. Depois da explosão, o silêncio e o efeito da destruição.

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