Omissão da verdade
* Por Rodrigo Ramazzini
Turma do futebol reunida no bar, que ficava em frente ao campo, depois de disputarem uma partida “amistosa”. Ou melhor, uma “pelada” mesmo. Todos, ainda, fardados, com seus calções e meiões. Logicamente, como ninguém é de ferro, tomavam uma cervejinha. O papo rolava até aquele momento sobre lances do jogo, foi então que:
- Pessoal, olhem lá quem vem vindo...
- Quem é aquela?
- É a Marisa, irmã do Tetê?
- É ela sim!
- Meu Deus! Essa mulher é uma deusa!
- Muito gostosa!
- Essa louca tem uma bunda que vou te contar!
- E os coxões? O que me diz?
- Aquele cara do Passat alemão que namorava ela...
- Aquele cara... Putz! Acho que ele nem gosta de mulher...
- Pois é...
- Eu pego uma mulher dessas... Nossa! Não sei nem o que faria... Não gosto nem de pensar!
- Tu e toda a torcida do colorado têm esse desejo!
Gargalhada geral da turma.
- Vem ela, com aquele rebolar de quadril que vou te contar. Não tem explicação.
- Imagina o que aquilo faz na cama!
- Eu queria viver essa experiência! Há! Há! Há!
- Pois é...
- Silêncio agora para apreciar a paisagem!
Marisa vestia uma calça justíssima que acentuava suas curvas e uma curta blusa que empinava os seios siliconados. Ela ia passando pela mesa com o olhar fixo para frente, todos os marmanjos estavam “babando” com sua gostosura, foi quando que, surpreendentemente, Marisa virou-se e...
- Oi, Gustavo! Tudo bom?
Gustavo, que até então, era o único que não havia tecido qualquer tipo de comentário sobre ela, respondeu prontamente:
- Tudo!
E Marisa continuou sua caminhada sob a vigilância dos olhares da turma. Passado o impacto do momento, todos se viram para Gustavo, em busca de explicações:
- De onde tu conheces essa mulher?
- Sei lá... Conheci por aí... Não lembro! De uma festa, eu acho – respondeu Gustavo.
- A pergunta que não quer calar é: pegou ou não?
Como resposta Gustavo não proferiu nenhuma palavra, apenas abriu um largo sorriso. Todos passaram elogiá-lo...
- Tu és o cara!
- Passei a te respeitar!
- Parabéns, cara!
- Mas aaahhh, Galo véio! Tu és o cara!
E assim foi por alguns minutos, até que alguém se lembrou de um lance do jogo e trocaram de assunto.
No retorno para casa, Gustavo pede uma carona para o amigo de longa data, Fred. Já dentro do carro, Fred questionou:
- Tu não pegaste a Marisa droga nenhuma, né?
- É que... que...
- Eu sei que não!
- Pois é...
- Mentiu para turma! Há! Há! Há! Para ficar bem na fita, como se diz...
- Não menti. Apenas omiti a verdade...
- Tá bom! E vai “omitir a verdade” para mim e negar que tu pegaste foi a amiga dela, aquela gordinha de cabelo vermelho, e não ela!
- É que... que...
E saíram os dois discutindo...
• Jornalista
* Por Rodrigo Ramazzini
Turma do futebol reunida no bar, que ficava em frente ao campo, depois de disputarem uma partida “amistosa”. Ou melhor, uma “pelada” mesmo. Todos, ainda, fardados, com seus calções e meiões. Logicamente, como ninguém é de ferro, tomavam uma cervejinha. O papo rolava até aquele momento sobre lances do jogo, foi então que:
- Pessoal, olhem lá quem vem vindo...
- Quem é aquela?
- É a Marisa, irmã do Tetê?
- É ela sim!
- Meu Deus! Essa mulher é uma deusa!
- Muito gostosa!
- Essa louca tem uma bunda que vou te contar!
- E os coxões? O que me diz?
- Aquele cara do Passat alemão que namorava ela...
- Aquele cara... Putz! Acho que ele nem gosta de mulher...
- Pois é...
- Eu pego uma mulher dessas... Nossa! Não sei nem o que faria... Não gosto nem de pensar!
- Tu e toda a torcida do colorado têm esse desejo!
Gargalhada geral da turma.
- Vem ela, com aquele rebolar de quadril que vou te contar. Não tem explicação.
- Imagina o que aquilo faz na cama!
- Eu queria viver essa experiência! Há! Há! Há!
- Pois é...
- Silêncio agora para apreciar a paisagem!
Marisa vestia uma calça justíssima que acentuava suas curvas e uma curta blusa que empinava os seios siliconados. Ela ia passando pela mesa com o olhar fixo para frente, todos os marmanjos estavam “babando” com sua gostosura, foi quando que, surpreendentemente, Marisa virou-se e...
- Oi, Gustavo! Tudo bom?
Gustavo, que até então, era o único que não havia tecido qualquer tipo de comentário sobre ela, respondeu prontamente:
- Tudo!
E Marisa continuou sua caminhada sob a vigilância dos olhares da turma. Passado o impacto do momento, todos se viram para Gustavo, em busca de explicações:
- De onde tu conheces essa mulher?
- Sei lá... Conheci por aí... Não lembro! De uma festa, eu acho – respondeu Gustavo.
- A pergunta que não quer calar é: pegou ou não?
Como resposta Gustavo não proferiu nenhuma palavra, apenas abriu um largo sorriso. Todos passaram elogiá-lo...
- Tu és o cara!
- Passei a te respeitar!
- Parabéns, cara!
- Mas aaahhh, Galo véio! Tu és o cara!
E assim foi por alguns minutos, até que alguém se lembrou de um lance do jogo e trocaram de assunto.
No retorno para casa, Gustavo pede uma carona para o amigo de longa data, Fred. Já dentro do carro, Fred questionou:
- Tu não pegaste a Marisa droga nenhuma, né?
- É que... que...
- Eu sei que não!
- Pois é...
- Mentiu para turma! Há! Há! Há! Para ficar bem na fita, como se diz...
- Não menti. Apenas omiti a verdade...
- Tá bom! E vai “omitir a verdade” para mim e negar que tu pegaste foi a amiga dela, aquela gordinha de cabelo vermelho, e não ela!
- É que... que...
E saíram os dois discutindo...
• Jornalista
Há os que só enxergam o óbvio e nadam num mar
ResponderExcluirde superficialidade a há aqueles que desvendam
mistérios e se deliciam com tesouros inconfessáveis.
Bom...fazer o quê?
Abração Rodrigo e bom fim de semana.
Uma certa reserva de mercado, um misterioso silêncio em torno de um tema pungente são melhores do que destrambelhar num palavrório. Palmas para Gustavo!
ResponderExcluirValeu pelos comentários, Mara e Núbia!
ResponderExcluirPara quem quiser acessar:
Meu blog -http://rodrigoramazzini.blogspot.com/
Twitter - RRamazzini
Aquele abraço!