quarta-feira, 13 de julho de 2011







A galeria e os sete artistas plásticos

* Por Mara Narciso


Na Avenida Esteves Rodrigues os bares e restaurantes ganharam uma pulsante companhia. O lazer cultural tem outra opção em Montes Claros, e todos são convidados a elevar o espírito contemplando arte. De longe se vê a placa anunciando “Galeria Márcio Leite”, abaixo a porta de entrada da sua empresa de publicidade, e lá dentro a soma de talentos em uma nova exposição: “Os sete” que fica até dia 7 de agosto.
A ideia é não fragmentar, unindo esforços para abraçar a cidade com arte e cultura. Cada um dos sete pintores dessa exposição tem seu espaço para mostrar três obras, ligadas entre si, por tema ou técnica, sem destacar nenhum em separado, mas todos, arte e artistas unidos numa festa comum.
“Os sete” são: Igor Christoff, Carlos Muniz, Sérgio Ferreira, Márcio Leite, Luiz Cláudio Guimarães, Márcio Antunes e João Rodrigues. A oitava é Yara Tupinambá, como ilustre convidada. Cada autor tem seu estilo, técnica e proposta, abrindo um universo diferente a cada passo dentro da mostra. O visitante sorri diante de cada temática. Muda tudo em um instante, num impacto agradável aos olhos, despertos para o prazer de enxergar.
Não há um tema único de cada artista, mas, aqui podemos destacar os bichos africanos de Igor Christoff, os gatinhos de humor sutil de Márcio Leite, e as figuras humanas de Sérgio Ferreira. Vemos ainda os tubos flexíveis e emocionais de Luiz Cláudio Guimarães, as figuras misteriosas de João Rodrigues, as florestas do cerrado de Yara tupinambá e as figuras geométricas e casadas de Carlos Muniz. São telas que, além de abrir uma janela para o mundo, mais uma vez, estimulam a sensibilidade dos montes-clarenses e visitantes.
A galeria já se mostrou uma vitrine sofisticada e de público fiel, pois o que lá acontece repercute pelos nossos montes e as vendas são o caminho comum. Felicidade Tupinambá é a curadora da galeria, e já durante o lançamento algumas obras foram comercializadas.
Cada artista tem o seu público e potencial de mercado, que crescem quando as obras são mostradas em conjunto. Exposições coletivas têm maior possibilidade mercadológica, atraem novos interessados, criando consumidores de arte, pois alguns acabam por atentar que gostariam de ter arte em casa. Os artistas plásticos que queiram ampliar os seus espaços e divulgar o nome de Montes Claros, “Cidade da Arte e da Cultura”, - slogan cunhado pelo jornalista Reginauro Silva-, têm mais esse espaço para expor os seus trabalhos.
O sucesso da exposição comprova que a cidade tem muito a mostrar, e que seus artistas largaram de lado as suas eventuais pequenas vaidades para expor juntos, numa demonstração de que são grandes em talento e amizade.
A cada exposição a galeria se despe da vestimenta anterior, e novamente virgem, em suas paredes brancas, veste a alma do novo trabalho que expõe, para nosso deleite. A “Galeria Márcio Leite” nasceu para todos. Ele e a galeria estão de braços abertos para você. Aplaudo e confirmo. Câmbio!

*Médica endocrinologista, jornalista profissional, membro da Academia Feminina de Letras de Montes Claros e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”-

3 comentários:

  1. Mara,

    acredito que a foto ilustrando o texto seja de Marcio Leite e seus gatinhos de humor sutil, acertei ?

    Adoro gatos e certamente adoraria a exposição do artista.

    Para a divulgação da arte é preciso abrir mão do ego. É bom para quem faz e para quem vê.

    Temos assim uma rara oportunidade de elevação espiritual.

    Beijos

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  2. O fotografado é sim Márcio Leite e suas duas telas, as dos gatinhos de humor sutil. Fizeram muito sucesso. Não entrei em detalhes, mas chamou muito a atenção o fato de artistas consagrados, que estavam com relações estemecidas terem feito as pazes e participado juntos da mesma exposição. Nesse ponto a galeria já teve uma missão de paz concretizada. Obrigada, Celamar, pela visita e comentário. Você foi ao centro da questão.

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  3. Olá, Mara. Suas várias crônicas sobre figuras ilustres e acontecimentos de Montes Claros me dão uma vontade danada de conhecer a cidade - berço do meu ídolo Beto Guedes e de seu genial pai, Godofredo. Certamente você sabe particularidades destes dois artistas que nós desconhecemos. Por que não uma crônica sobre? Fica sugestão e os parabéns de sempre.

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