quinta-feira, 8 de julho de 2010




E a Passárgada enfim desmoronou

* Por Fernando Yanmar Narciso



Éééééééé, amigos da Yanmar TV. O lado bom da vitória é que ela dispensa explicações. Quem ganha, ganha e cabô! Mais uma derrota pra coleção... E pensar que eu gastei mais de 30 Reais com parafernálias para torcer pela “seleção”... Pelo menos a vuvuzela eu já tinha de 2002. Que fique bem claro o seguinte: Não fomos nós, o povo brasileiro, que perdemos a copa. Foram aqueles 11 moleques podres de ricos que ainda estão lá na África. Nós não chutamos, não marcamos falta, não canelamos ninguém. Foram eles! Mas não nos desesperemos, folks! Quem já esperou 24 anos pelo tetra pode muito bem esperar mais 16 pelo hexa! Se bem que, talvez o mundo nem venha a ter mais 16 anos de existência...


“Quem não aprende com a história está condenado a repeti-la.” (Winston Churchill)


Todos nos lembramos com amargura da anarquia que foi a copa de 2006. Os jogadores multimilionários e paparicados faziam propaganda até de KY se o cachê fosse bom. Só queriam saber de afundar a noite lavando a caveira e pegando frauleins de reputação duvidosa nas cidades alemãs, e treinar pra alegrar seus fieis torcedores que é bom, nada. A esbórnia foi tamanha que jogadores de times adversários ligavam para o tal “quadrado mágico” encomendando gols em sua homenagem. WTF?!?


Quatro anos se passaram daquele vexame e, adivinhem só: Fizemos escola!!
Essa copa, além de dar sono, serviu para mostrar tudo que tem que mudar no futebol até 2014 - se é que o planeta vai chegar lá...- mas não vai mudar. Os times europeus, os grandes favoritos para rapelar o caneco na copa tiveram de descer das chuteiras de salto alto e voltar pra casa com as cabeças afundadas nos ombros.


Sempre que aparece uma revista Veja especial Copa do Mundo, eles nos enchem de esperança, mostrando todas as qualidades irrefutáveis de “cracões da bola” como Wayne Rooney e Cristiano “Vialdo”. Mas aí, a Jabulani começou a rolar, e veio a realidade com suas presas afiadas. Jogos fraquíssimos, tediosos, enfadonhos. 90% dos times, como diria Odorico Paraguaçu, retranquistas militantes e juramentados, interessados apenas em não levar gols, transformando a bola na rede, como previsto por Parreira, num mero detalhe. Nunca na história do planeta foram vistos tantos torcedores tão fantasiados e tão desapontados com seus heróis nas arquibancadas. Os jogadores estrangeiros foram um mimo só. Cristiano “Vialdo” não fez nada, a não ser questão de fingir ter sido jogado no chão para ficar sentado no gramado, admirando sua “beleza máscula” em close nos telões. Messi, cruza de John Lennon e Ringo, o grande salvador da Argentina, não marcou um único gol pra fazer valer seu contrato de ouro no Real Madri (é lá que ele joga, né?) e voltou pra casa chorando nos ombros se seu mestre. O guerreiro Rooney levou os jogos tão pouco a sério que foi visto em um bar sul-africano, bebendo e fumando com seus colegas de time tão logo foram desclassificados. Bem britânico da parte deles...


Falta muita maturidade a essa geração de jogadores, assim como aos cartolas. Pensem bem: QUEM EM SÃ CONSCIÊNCIA DARIA MILHÕES DE DÓLARES A UM MOLEQUE DE 23 ANOS?!? É uma verdadeira temeridade! Nos primórdios das copas, quando jogadores ainda eram criados feito galinhas no terreiro, só levavam veteranos para os torneios - à exceção de poucos, como Pelé. Garrincha tinha mais de 30 anos quando foi bicampeão em 1962, e voltamos com o caneco na mão. Mas hoje, tendo o futebol se resumido a correria- MUITA!- e publicidade, dificilmente Didi, Mané e Pelé teriam vez no Ellis Park.


* Fernando Yanmar Narciso, 26 anos, formado em Design, filho de Mara Narciso, escritor do blog “O Blog do Yanmar”, http://fernandoyanmar.wordpress.com

2 comentários:

  1. A nossa capacidade de nos acostumarmos com decepções é interminável. Foi há apenas seis dias, e parece que já se passou uma eternidade. Vi alguns jogos bons e eletrizantes, mas boa parte me fez dormir. Domingo tem mais!

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  2. Com a derrota do Brasil para a Holanda por 2x1, os torcedores brasileiros deveriam comemorar porque a Seleção Brasileira é composta por verdadeiros “Calabar”. Aliás, piores, porque o então desertor alagoano não traiu o Brasil, já que, vendo-se diante de uma dupla ação: continuar o seu país a ser colônia portuguesa ou tornar-se colônia holandesa, optou pelos holandeses. A primeira Copa do Mundo foi realizada em Montevidéu em 1930. A vitória final foi da seleção uruguaia, a maioria das equipes eram sul-americanas. Segundo consta, a derrota do Brasil foi comemorada em São Paulo, pois o time brasileiro era conhecido como a “seleção carioca”. Pasmem, muitos jogadores jogam na Europa.
    “Seleção Calabar”!

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