quinta-feira, 22 de julho de 2010




Feita de palavras

* Por Pedro J. Bondaczuk

Minha poesia é bárbara, tosca, viril,
selvagem diamante não-lapidado,
dura e brilhante, terna e áspera,
encanta e inquieta, ri e chora.

Minha poesia é feita de metáforas,
imagens, cenários, raios-x,
pensamentos, reflexões, verdades,
anseios, lamentos, suspiros, palavrões.

É como ondas bravias
de tempestuosos mares,
volúpias, ódios e amores,
meteoros, cometas, constelações.

É como plácidas águas do lago,
traça círculos concêntricos sem-fim,
espelho primitivo de Narciso
fonte de vaidades, brilho e ilusões.

É como fúria indomável de vulcões,
lavas, gases e fumaça piroclástica,
assusta, inquieta, alerta, aterroriza,
é indomável, viril: é movida por paixões.

Intrincado jogo de xadrez, inquieta charada,
é dura, é terna, é violenta, é suave
conforme o momento e a circunstância.
Minha poesia é feita de metáforas,
de pedras, de flores, de lavas, de água
do bem, do mal, de pureza e de lascívia:
minha poesia é feita de palavras!

*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas). Blog “O Escrevinhador” –http://pedrobondaczuk.blogspot.com

2 comentários:

  1. Exprimiu bem, Pedro!
    Parabéns, poetamigo.
    Abração do,
    José Calvino
    RecifeOlinda

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  2. Pedro, adorei a sua poesia e a descrição que faz dela. Eu já estava dormindo o sono dos justos, pois a faculdade acabou há mais de um mês, e não tinha vindo ao Literário. Acordei assustada e o vício me impeliu a ler pelo menos parte das produções de hoje. Ainda bem que não perdi o seu poema. Foi o melhor que já foi postado aqui por você: inspiradíssimo.

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