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Trilhas incertas
* Por Pedro J. Bondaczuk
Trilha incerta, por entre a mata cerrada.
Cicatriz de terra vermelha, de calcita e de cascalho.
Maritacas ensaiam sinfonias vespertinas,
alucinógenas, dissonantes,
para os bugios e ximangos,
enquanto a lua espia, sorrateira,
pelos interstícios da galhada.
Caminho, lépido, mãos nos bolsos,
simulacro de tranqüilidade,
assoviando “Georgia on my mind”
para dissimular o medo (ou o tédio?)
e para entreter
mochos, fantasmas, boitatás.
Trilha incerta no tempo,
liga Campinas a Horizontina,
sobrepujando barreiras do espaço,
subvertendo a marcha do tempo,
transformando o menino inocente
num ancião ansioso
e vice-versa, versa-vice,
várias vezes,
vai e vem, vem e vai,
vezes sem conta,
surreal processo,
insustentável magia,
passeio livre no éter,
indo e vindo, vindo e indo,
caminhando, lépido, mãos nos bolsos,
simulacro de tranqüilidade,
assoviando “Georgia on my mind”
pra dissimular o medo (ou o tédio?)
e acalentar mochos e fantasmas
*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas). Blog “O Escrevinhador” –http://pedrobondaczuk.blogspot.com
* Por Pedro J. Bondaczuk
Trilha incerta, por entre a mata cerrada.
Cicatriz de terra vermelha, de calcita e de cascalho.
Maritacas ensaiam sinfonias vespertinas,
alucinógenas, dissonantes,
para os bugios e ximangos,
enquanto a lua espia, sorrateira,
pelos interstícios da galhada.
Caminho, lépido, mãos nos bolsos,
simulacro de tranqüilidade,
assoviando “Georgia on my mind”
para dissimular o medo (ou o tédio?)
e para entreter
mochos, fantasmas, boitatás.
Trilha incerta no tempo,
liga Campinas a Horizontina,
sobrepujando barreiras do espaço,
subvertendo a marcha do tempo,
transformando o menino inocente
num ancião ansioso
e vice-versa, versa-vice,
várias vezes,
vai e vem, vem e vai,
vezes sem conta,
surreal processo,
insustentável magia,
passeio livre no éter,
indo e vindo, vindo e indo,
caminhando, lépido, mãos nos bolsos,
simulacro de tranqüilidade,
assoviando “Georgia on my mind”
pra dissimular o medo (ou o tédio?)
e acalentar mochos e fantasmas
*Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos) e “Cronos & Narciso” (crônicas). Blog “O Escrevinhador” –http://pedrobondaczuk.blogspot.com
Achei bonito "entreter e acalentar fantasmas". A metáfora da trilha, para significar uma ida à vida do menino que você não é mais, ficou na medida. Pena que as pessoas se neguem a comentar. Também acho frustrante Pedro.
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