

“Crônica de uma morte anunciada”
* Por Risomar Fasanaro
Se tudo que li,vi e/ouvi for verdade, estarrecedor é a única palavra que encontro para traduzir o caso que envolve Bruno, o goleiro do Flamengo, e Eliza, sua ex- namorada.
Vários telejornais exibiram um pequeno trecho da entrevista que a vítima havia dado em 2009; mas aquele trecho por razões que desconheço não dava ao telespectador a real dimensão daquele caso.
Surpreendentemente, foi no programa da Ana Maria Braga que assisti à íntegra da entrevista.
Em 2009 Eliza contou a um repórter que Bruno a ameaçara de morte. O goleiro do Flamengo, segundo Eliza, dissera que a mataria e daria um fim ao corpo de forma que ninguém jamais descobriria, e mais: mataria também sua família e suas amigas que ele sabia bem onde moravam.
Parece que a impunidade que se alastra pelo país leva as pessoas a não confiarem mais na justiça, a quererem resolver seus problemas de forma rápida, “segura”, e com as próprias mãos. E acreditarem que o crime não terá conseqüências, que com dinheiro tudo se resolve.
Hoje, no Brasil, segundo as estatísticas, dez mulheres são assassinadas por dia. Isso nos dá a dimensão do valor das nossas vidas.
E é uma ironia. Enquanto a natureza nos deu a função de acolher a vida, de abrigá-la até que se desenvolva e possa nascer, somos tratadas como mercadoria de 2ª classe.
E esse descaso não escolhe nem idade, nem classe social. No Brasil sempre as mulheres, tanto na classe mais carente como na classe alta foram vítimas da violência masculina.
Lembro-me do caso da "socialite" que foi assassinada por Doca Street em Búzios, daquela moça que o ex-namorado jornalista matou, e de um caso remoto, lá pelos anos 50 da Dana de Tefé, que nunca foi esclarecido.
Clara Lessin Rodrigues, Aracelli e a imensidão de anônimas que devem ter sido jogadas nos rios ou, quem sabe?, devoradas por cães famintos...é isso.
* Por Risomar Fasanaro
Se tudo que li,vi e/ouvi for verdade, estarrecedor é a única palavra que encontro para traduzir o caso que envolve Bruno, o goleiro do Flamengo, e Eliza, sua ex- namorada.
Vários telejornais exibiram um pequeno trecho da entrevista que a vítima havia dado em 2009; mas aquele trecho por razões que desconheço não dava ao telespectador a real dimensão daquele caso.
Surpreendentemente, foi no programa da Ana Maria Braga que assisti à íntegra da entrevista.
Em 2009 Eliza contou a um repórter que Bruno a ameaçara de morte. O goleiro do Flamengo, segundo Eliza, dissera que a mataria e daria um fim ao corpo de forma que ninguém jamais descobriria, e mais: mataria também sua família e suas amigas que ele sabia bem onde moravam.
Parece que a impunidade que se alastra pelo país leva as pessoas a não confiarem mais na justiça, a quererem resolver seus problemas de forma rápida, “segura”, e com as próprias mãos. E acreditarem que o crime não terá conseqüências, que com dinheiro tudo se resolve.
Hoje, no Brasil, segundo as estatísticas, dez mulheres são assassinadas por dia. Isso nos dá a dimensão do valor das nossas vidas.
E é uma ironia. Enquanto a natureza nos deu a função de acolher a vida, de abrigá-la até que se desenvolva e possa nascer, somos tratadas como mercadoria de 2ª classe.
E esse descaso não escolhe nem idade, nem classe social. No Brasil sempre as mulheres, tanto na classe mais carente como na classe alta foram vítimas da violência masculina.
Lembro-me do caso da "socialite" que foi assassinada por Doca Street em Búzios, daquela moça que o ex-namorado jornalista matou, e de um caso remoto, lá pelos anos 50 da Dana de Tefé, que nunca foi esclarecido.
Clara Lessin Rodrigues, Aracelli e a imensidão de anônimas que devem ter sido jogadas nos rios ou, quem sabe?, devoradas por cães famintos...é isso.
* Jornalista, professora de Literatura Brasileira e Portuguesa e escritora, autora de “Eu: primeira pessoa, singular”, obra vencedora do Prêmio Teresa Martin de Literatura em júri composto por Ignácio de Loyola Brandão, Deonísio da Silva e José Louzeiro. Militante contra a última ditadura militar no Brasil.
Essa mesma estatística diz que uma mulher é morta todos os dias no Brasil pelos atuais ou ex-companheiros. Estamos regredindo e o "Dia Internacional da Mulher" se faz muito necessário, assim como a Lei Maria da Penha. Mas algumas vezes há juízas insensíveis no meio do caminho. E se de um lado Bruno acreditava na impunidade, por outro, embora tenha dado queixa, Eliza não estava muito convencida da concretização das emeaças do goleiro, pois continuou em atitudes perigosas.
ResponderExcluirEsse caso é muito chocante, os detalhes são assustadores, é um dos piores que já acompanhei. Algumas pessoas desconhecem limites. Precisamos acreditar que embora o bem exista, o mal também ronda e os perversos estão soltos por aí. Parabéns, Risomar!
ResponderExcluirA Lei Maria da Penha protege todas as mulheres, sem distinção de idade, o que engloba a criança e a idosa, desde que seja do sexo feminino.
ResponderExcluirMas sempre existiu os artigos 129 (lesão corporal)e o 121 (homicídio), para ambos os sexos!
O preocupante é que apesar de casos estarrecedores como esse, a mulher ainda
ResponderExcluirse encolhe, a mulher ainda se deixa aprisionar
ou pelo medo ou pela comodidade.
"Ruim com ele, pior sem ele". Ouvi essa frase dia
desses de uma menina de 17 anos que está grávida do terceiro filho, ela disse que tapa de amor não dói.
Não sei o que será dela...
Beijos Riso querida
É estarrecedor, mesmo, Risomar. Fiquei assustada com os detalhes. A desvalorização da vida me choca. A desvalorização da mulher , também. Um beijo e boa noite.
ResponderExcluir