terça-feira, 11 de abril de 2017

Ao pouso do Chico Rey



* Por Blima Bracher



Quem contará de nós a história?
Onde ficaram aquelas vozes?
E as conversas na madrugada,
Ainda resvalam no infinito?
Ou continuam nos cemitérios?
Ainda se encontram aquelas almas?
E bebem e fumam como de costume?
Quem guarda o Pouso e suas risadas?
Ainda ecoam as grandes noitadas?
E o fantasma com pata de anta ainda caminha no adro do Carmo?
E éramos 12, segundo Carlinhos
Fani, a caçula logo adotada
E os jantares na sala grande
Ganhei presentes com Rafael
Algum mistério naquela casa
Boas conversas e a fumaça
Cinzeiro cinza
Cinza que ardia
Ainda quente em vigia
E no Pouso, repouso havia
A luz pingada desenhos fazia
Mortos se foram
Móveis ficaram
Nas paredes Pedro Luiz e Guignard respiram
Uísque havia
E também Vinícius
Lili, Ninita e Scliar
Dando vida ao casarão




* Jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário