segunda-feira, 24 de abril de 2017

Nova York, Cidade dos “Todos”



* Por Carlos Zev Solano



Todos os doidos estão lá, todas as modas dão seu ar da graça naquele lugar, todas as raças, credos, nacionalidades aparecem por ali. Onde mais se encontram pessoas que saem correndo dos prédios já pela manhã? E donde vem aquela praticidade que lhes é familiar? Você, por acaso, em algum momento se deparou com as embalagens deles? São demais, tudo abre como um simples ziper. Sabe aquela guloseima que de tão mal embalada demora-se horas para abrir e quando abre caí tudo no chão e você morre de raiva? Pois é, isto é impensável nesta cidade. Todas as embalagens são simples.

Aliás, outra particularidade é que toda e qualquer cena inusitada se vê por lá. E o mais curioso é que todos fazem aquele olhar blasé, como se nada estivesse acontecendo. Pode-se encontrar numa esquina o Stomp dando um show, no meio da rua, em plena Times Square e tem-se a impressão que é a coisa mais normal do mundo. E que tal entrar numa boate e somente ser capaz, passados alguns minutos, perceber que está num salão de beleza?! E se do nada você se depara com uma loura linda totalmente nua protestando contra a venda de peles de animal em pleno e rigoroso inverno nova-iorquino? O que pensar de um local assim?

Lá, até mesmo o conhecido mau-humor dos sitiantes possibilita cenas incomuns, imagine um daqueles postes – a impressão que se tem é que todos os policiais têm mais de dois metros – fazendo poses ao direcionar o trânsito. E uns gays que saem com suas calças totalmente transparentes usando calcinhas vermelhas por baixo? Impossível não chamar a atenção não é? No entanto, depois de um tempo, você acostuma, pois estas cenas são mais comuns do que se idéie.

Lembra daquele maluco corredor? Pois é, a vontade que tive no primeiro dia, logo ao chegar, foi parar o sujeito que saía correndo pela portaria e perguntar: “Hei, aonde se vai com tanta pressa?” ou ainda “Você também corre dentro elevador ou veio mesmo pela escada?”.

Outra, tem uma pizzaria fast-food na Rua 34 em que o atendente nunca espera você pensar no seu pedido. Titubeou por um segundo, ele dispara: “next”, ou seja, bobeou, volta para o fim da fila. Na hora dá vontade de soltar um palavrão, mas a cena é tão cômica que você se vê lá parado com cara de babaca e desanda a rir. O que fazer diante de um sujeito que nem pisca e berra “next” umas duas mil vezes por dia?

Esta é Nova York, uma cidade levada a sério por todos, mas hilária com todos,... Todos estes nova-iorquinos, todos loucos.




* Jornalista

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