terça-feira, 12 de julho de 2011







O Solitário do Cais*

**Por José Calvino de Andrade Lima


Fantasmagórico eu ando
de corpo inteiro
as pessoas ridicularizam
grito & corro
quebrando o silêncio
é madrugada
bebi muito & vomito
sou um visionário
& meu grito ninguém ouve
não corro da polícia
nem tenho malícia:
mas sou alguém
viva o meu país...(!)
o mundo vibra
ouvindo o meu canto
& pronto.


*Personagem do livro “O Pai do Chupa” p.62 - ed. 1995.

** Escritor, poeta e teatrólogo

2 comentários:

  1. No abandono social, qualquer coisa serve e nada importa.

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  2. O Pai do Chupa que versa sobre a existência da personagem que dá nome à obra. A figura fantasmagórica do Pai do Chupa, preocupou por longo tempo o povo recifense...Sua trêfega existência - quase um fauno - intrigava a todos, tanto por seus hábitos sedentários, como por sua lúgubre aparência; um espantalho humano... vagueava diuturnamente pelos arredores do Chupa, sempre solitário, verdadeiro ermitão. Ao romantizar a vida do personagem dei-lhe uma nova roupagem, tramando uma estória amorosa, mas atraente à leitura...
    De fato, biografar um personagem sem muita influência social, notabilizando-se apenas por sua excentricidade, um anacoreta-urbanita? seria produzir trabalho enfadonho, sem razoável perspectiva literária.
    Obrigado pela leitura da poesia e o comentário bem fundamentado.
    Abrs

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