quinta-feira, 6 de julho de 2017

Soneto à doce amada – XLI


* Por Pedro J. Bondaczuk


Não, eu não temo mais o amanhã
envolto na ignorância e mistério.
Não temo o Tempo, carrancudo e sério,
mesmo sabendo que a Vida é vã.

Não! Não temo nada! Tristeza ou lida,
ou acertos, ou mesmo erros crassos,
pois quando caio, inteiro, em seus braços,
chego a esquecer-me, até mesmo, da Vida.

Embora eu saiba da sinistra ronda

do Tempo, que pressuroso se escoa,
e embora intensamente me doa

lançar questões, sem ter quem me responda,
ainda que às vezes negue, ou esconda,
eu só temo perder sua pessoa!!!


(Soneto composto em Campinas em 11 de fevereiro de 1967 e publicado no jornal "O Município", de São João da Boa Vista, em 28 de julho de 1971 e no "Jornal de Paulínia", em 20 de agosto de 1977).




* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk

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