domingo, 23 de julho de 2017

Quase


* Por Mário de Sá Carneiro


Um pouco mais de sol – eu era brasa.
Um pouco mais de azul – eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Num ímpeto difuso de quebranto,
tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei, mas não vivi…


* Poeta, contista e ficcionista português, um dos expoentes do Modernismo em Portugal.

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