domingo, 23 de julho de 2017

O poeta de alma azul

* Por Pedro J. Bondaczuk


Pela alquimia
mística
da simpatia,
conquistei um amor.

Olhares cruzados,
caminhos coincidentes,
choque sentimental.

No magnetismo intenso,
na luz do coração,
encontrei nova ilusão.

Sorri, sorriu,
sonhou, sonhei:
AMO!

Dia virá em que
as trevas
hão de voltar
sem os meus sonhos.

E as pedras
da rua da saudade
serão trilhadas
com amargura.

Comprarei, então,
nova emoção
na barraca do Destino.

Deixem-me só!
Minha lira despertou
criando harmonia!

Nem a beleza do sol,
nem a imensidão do mar
(deste mar que é a minha alma)
hão de inspirar
canções tão ternas.

Riam de mim, insensíveis!
O poeta despertou
com o corpo verde
e a alma azul.

Resgatei minha saudade
numa loja de penhor.
Conquistei um amor
pela alquimia
mística
da simpatia!

(Poema composto em São Caetano do Sul, em 14 de fevereiro de 1964)


* Jornalista, radialista e escritor. Trabalhou na Rádio Educadora de Campinas (atual Bandeirantes Campinas), em 1981 e 1982. Foi editor do Diário do Povo e do Correio Popular onde, entre outras funções, foi crítico de arte. Em equipe, ganhou o Prêmio Esso de 1997, no Correio Popular. Autor dos livros “Por uma nova utopia” (ensaios políticos) e “Quadros de Natal” (contos), além de “Lance Fatal” (contos), “Cronos & Narciso” (crônicas), “Antologia” – maio de 1991 a maio de 1996. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 49 (edição comemorativa do 40º aniversário), página 74 e “Antologia” – maio de 1996 a maio de 2001. Publicações da Academia Campinense de Letras nº 53, página 54. Blog “O Escrevinhador” – http://pedrobondaczuk.blogspot.com. Twitter:@bondaczuk



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