quinta-feira, 8 de outubro de 2009




(Sob as trevas de setembro) exercício n°16

* Por Zemaria Pinto

Setembro não tem sentido,
nas mãos
encanecidas e nas cãs vibráteis
à força do vento,
nós invisíveis
de forcas plantadas
sobre o caminho.

Setembro não tem sentido,
nas pedras
que o tempo acumulou com precisão
sob nossas retinas
tão fatigadas
e nossos pés vegetais,
tão inúteis.

Os dias fastos são lembranças fúteis
forjadas na temperança
do ocaso de nossas últimas desesperanças.

A nós nos resta agora esse torpor
mal encoberto em raras alegrias:
nonadas.
Setembro não tem sentido.

* Poeta e economista

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