sábado, 24 de outubro de 2009


Fantasma

* Por Gustavo Dumas

1
a fadiga me insiste
o passado me derrete
eu só olho para baixo
(para cima existe pouco)

2
me percorro em vielas
as setas me apertam
eu sou o parafuso solto do presente

3
minha carcaça é frágil
a corcunda me intriga
eu tenho um olhar de não-parafuso

4
o freqüente me indigesta
as dobras de meu corpo me são
eu tenho e quero tão pouco

5
eu volto com problemas para onde vou
Tenho uma interjeição pronta,
defeituosa para dizer
(ela nunca acontece)
(ela está presa, comigo dentro)

6
há uma constante falha no meu toque
o meu toque vai se exaurindo

7
incongruências me passeiam
eu tenho a cuca fraca
a partir de uma incerta normalidade
que eu perdi que eu perdi que eu perdi

8
esqueci de mim em algum lugar onde estava quase lá

9
e de agora um futuro me interrompeu.

* Poeta

2 comentários:

  1. Prezados,
    quem assina esse poema é o Zeh Gustavo, e não Gustavo Dumas. Ele está presente no livro "A Perspectiva do Quase". Contato com o autor: zehgustavo@yahoo.com.br.

    Abraços!

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  2. ACABEI DE LER UM LIVRO SEU E FOI UM PRAZER LOCALIZÁ-LO.
    VIDE BLOG http://letrastaquarenses.blogspot.com

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