domingo, 26 de novembro de 2017

Primaverando

* Por Francisco Simões

O sol inaugura mais um dia.
Colheita da manhã não vivida,
Põe-se tudo onde adejava o nada,
Do eclipse dos sonhos emerge a vida.
 
O azul se deita no mar,
A paz voejando com a brisa,
Uma vela balisa o horizonte
Berço do infinito, limiar.
 
A magia floresce e se ateia,
Ocultos desejos se entreolham,
O branco sonha moreno, se bronzeia,
Corpos se secam, sombras se molham.
 
Encontros e desencontros
Contam-se na areia molhada,
Lento o mar se aproxima, lê
E apaga as páginas viradas.
 
O Forte vigia a história,
Sentinela posta do passado
Guardando p’ro futuro a memória
E p’ro tempo o aprendizado.
 
Sol, praia, mar, o evolar das gaivotas,
As lorotas dos pescadores
Suas façanhas, seus amores,

A rede, a escuna, alguém de pileque,
A vida na tuna,  o vento moleque
Sempre a brincar com as dunas.
 
Primavera em Cabo Frio
Celebração de luz e de cor
Enquanto a natureza no cio
Perpétua a essência, o amor.


* Jornalista, poeta e escritor.

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