E
agora?
* Por
Flora Figueiredo
O
que é que eu faço
com essa volúpia
que se arredonda dentro de mim
em cornucópia
e destila gotas de mel e de cetim?
Esse ciclone que revira e arrebata,
entorta a regra, desintegra e quase mata,
faz arruaça, depois passa e vai embora!
O que é que faz um vendaval ensandecido
despejar flores no meu chão adormecido?
com essa volúpia
que se arredonda dentro de mim
em cornucópia
e destila gotas de mel e de cetim?
Esse ciclone que revira e arrebata,
entorta a regra, desintegra e quase mata,
faz arruaça, depois passa e vai embora!
O que é que faz um vendaval ensandecido
despejar flores no meu chão adormecido?
(In
“Limão Rosa”, 2009)
*
Poetisa,
cronista, compositora e tradutora, autora de “O trem que traz a
noite”, “Chão de vento”, “Calçada de verão”, “Limão
Rosa”, “Amor a céu aberto” e “Florescência”; rima, ritmo
e bom-humor são características da sua poesia. Deixa evidente sua
intimidade com o mundo, abraçando o cotidiano com vitalidade e graça
- às vezes romântica, às vezes irreverente e turbulenta. Sempre
dentro de uma linguagem concisa e simples, plena de sutileza verbal,
seus poemas são como um mergulho profundo nas águas da vida.
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