Impressão
* Por
Oscar Wilde
I
O
jardim
Cai
a taça do lírio encarquilhada
Em torno do ouro em pó de sua haste,
E o derradeiro pombo arrulha e chama
Lá das faias que há nos campos vastos.
Em torno do ouro em pó de sua haste,
E o derradeiro pombo arrulha e chama
Lá das faias que há nos campos vastos.
O
girassol galhardo, leonino,
Pende do caule, negro e sem semente,
E, ao vento, no caminho do jardim,
As folhas mortas tombam tenazmente.
Pende do caule, negro e sem semente,
E, ao vento, no caminho do jardim,
As folhas mortas tombam tenazmente.
Folhas
de alfena brancas como leite,
Sopra-as a brisa, empurra-as para a neve;
Como seda que em trapos foi desfeita
As rubras rosas jazem sobre a relva.
Sopra-as a brisa, empurra-as para a neve;
Como seda que em trapos foi desfeita
As rubras rosas jazem sobre a relva.
II
O
mar
Pelas
enxárcias paira branca bruma:
A lua, olho feroz de um leão,
Brilha selvagem neste céu de chumbo
Sob uma juba de douradas nuvens.
A lua, olho feroz de um leão,
Brilha selvagem neste céu de chumbo
Sob uma juba de douradas nuvens.
Ao
leme, o piloto embuçado
É uma sombra apenas na penumbra;
E na casa das máquinas que pulsam
Polidos cabos de aço longos pulam.
É uma sombra apenas na penumbra;
E na casa das máquinas que pulsam
Polidos cabos de aço longos pulam.
Há
traços da tormenta escorraçada
Nesta enorme ogiva soluçante,
E os finos fios louros da espuma
Nas ondas são de renda desmanchada.
.
Nesta enorme ogiva soluçante,
E os finos fios louros da espuma
Nas ondas são de renda desmanchada.
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* Escritor, poeta e dramaturgo de origem irlandesa.
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