terça-feira, 28 de novembro de 2017

Viagem ao Inferno


* Por Eduardo Oliveira Freire


I

Sempre quis ser o único; por isso, matou o irmão gêmeo. Quando foi ao inferno, havia vários clones seus querendo brincar com ele.

II

Onde estou? Que lugar repleto de mau gosto! Uma gritaria ensurdecedora. Pessoas mal vestidas transitando por todo lado. Música horrenda. Sinto náuseas. Quero ir embora! As crianças me torturam e os pais acham lindo e incentivam. O animador da festa parece ter problema de hipertireoidismo, está a mil por hora e manda que as crianças joguem tinta no meu rosto. A festa tem tantas informações e um colorido bizarro que o meu cérebro não consegue processar. Estou num abismo. Alguém me salve! Por que ninguém me ajuda?...

III

Desde sempre ele escutava que no inferno havia terríveis torturas. Masoquista, desejava fervorosamente ir para lá. Quando morreu foi condenado a viver eternamente no céu e a aturar os cânticos dos anjos.



* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/

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