sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Neologismo


* Por Eduardo Oliveira Freire


Recebi uma reflexão muito importante de uma amiga e que me chamou a atenção sobre o neologismo: "processo de criação de uma nova palavra na língua devido à necessidade de designar novos objetos ou novos conceitos". Confesso que não conhecia este conceito ou nem me lembrava. Viver é sempre uma aprendizagem e não podemos ter verdades absolutas, pois o tempo mostra que todas elas se desmancham.

Outra coisa, não confunda fazer literatura com redigir uma redação para escola ou para um concurso de escola, OK! Inclusive, não se pode corrigir uma obra literária com um olhar pragmático do cotidiano.

Outra questão, não confiem muito nos conteúdos da internet. Tentem checar primeiro, pois muitos textos são manipulados.

***

"Querido Dudu, pensei em te mandar este trecho de mensagem que escrevi para um amigo de muita idade e que se dizia com vergonha por ter escrito errado algumas palavras em seus contos. Quando fui buscar exemplo no Thiago de Mello me deparei com mais um absurdo dos muitos que se encontra na internet de gente que acha muito natural e sem problema algum, nomear qualquer texto piegas e sem valor literário como se fora escrito por nomes da literatura como Pessoa ou Lispector. Deve ser gente cuja origem tupiniquim traz um rei na barriga e quer parecer culta. Achei que você poderia fazer uma chamada pelo Facebook ou qualquer outro meio que alerte aos desavisados, caso concorde e queira colaborar. Um beijo grato. Angela”.

Esta foi a mensagem.

Pois é, eu já acho que Guimarães Rosa, por exemplo, não o seria se não tivesse criado alguns neologismos, mas a maioria acha que esses "gênios" podem tudo por serem os tais, esquecendo que se tornam gênios porque mandam os chatos às favas e não temem inovar.

Fui procurar o poema de Thiago de Mello - Os estatutos do homem para te lembrar exatamente uma belíssima criação dele e eis que encontro o poema "consertado, reparado" exatamente na bela palavra!

Que mundo cretino este em que a plebe ignara corrige o mestre se considerando capaz e correta!

Veja lá:


“Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da (claridade),
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo”.

A palavra que o poeta cunhou é claridão! (muito mais que claridade!) https://youtu.be/XylbBRdiRdI, aqui, dito por ele, pelo próprio Thiago de Mello, embora na Internet esteja sempre, ou quase, corrigido para claridade, o óbvio... o senso comum, de quem nada entende de claridão. Beijos.

Escreva o seu certo com consciência e sem vergonha alguma, como um menino não sente por estar nu, mesmo que seu pinto seja pequeno ou torto!

* Formado em Ciências Sociais, especialização em Jornalismo cultural e aspirante a escritor - http://cronicas-ideias.blogspot.com.br/

Um comentário:

  1. Na internet, muitos "professores" e poucos alunos dispostos a melhorar. Eu quero melhorar.

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