sábado, 8 de junho de 2013

E o trânsito?

* Por Paulo Reims

Creio sinceramente que a hora já está avançada, mas sempre é tempo de investir contra a violência no trânsito. São tantas as vidas ceifadas prematuramente e outras tantas mutiladas, por conta, na maioria, da imprudência, e também pela arrogância de muitos motoristas.

Confesso que somente aprendi a dirigir por extrema necessidade. Por onde deveria transitar não havia outros meios, por tração animal até havia, mas demoraria muito. Por outro lado não sou muito a favor deste meio de transporte. Também não podia ficar dependendo de outras pessoas para desempenhar minhas funções, e menos ainda pagar motorista particular.

Mas verdadeiramente jamais gostei de dirigir, talvez por medo das violências e tragédias acontecidas, algumas, por mim, presenciadas. E é importante frisar que naquele tempo a situação do trânsito não era tão caótica. Sou da época em que se podia tomar um fusca, e ir dirigindo pela BR 101, atravessar a ponte Hercílio Luz -não havia outra- adentrar a Ilha, Capital do Estado de Santa Catarina, fazer o que tivesse que fazer, e voltar em tempo hábil, e sem atropelos.

Hoje você precisa calcular tudo, e dependendo do horário se pega um enorme engarrafamento. Além do estresse pessoal, você pode perceber o estresse de muita gente. Todavia, prefiro o estresse do trânsito lento, uma vez que ele pode ser minimizado através de uma boa música, ou de boas conversas, quando se está acompanhado.

Terrível mesmo é a muvuca de quem busca atalho, pois isso só traz mais atrapalho, de quem quer levar vantagem, criando tensão entre os que ficam aguardando a vez.Quantas doenças, sofrimentos , mortes e mutilações seriam evitadas se nos programássemos melhor para as viagens internas, ou para qualquer outro lugar!

Os sinais de trânsito, via de regra, são pouco observados, dentro e fora das cidades. Desta forma é necessário que se providencie a instalação de câmeras em todas as ruas e lugares movimentados. Mesmo desconhecendo o destino das verbas arrecadas com as multas, é um mal necessário. Quando as pessoas são atingidas no “bolso”, são levadas a refletir um pouco, e a respeitar os sinais e as leis do trânsito.

Sou a favor de leis sempre mais rígidas para o trânsito, pois é a vida que está em jogo; é necessário que os motoristas reincidentes tenham suas habilitações cassadas. É um grande bem que se presta à sociedade. Todos os motoristas deveriam passar por um exame psicológico muito sério, antes de obter a carteira de habilitação para dirigir, pois um veículo é uma arma muito perigosa, que só pode se manejada por pessoas portadoras de muito equilíbrio psíquico e emocional.

Outro dia parei meu carro no estacionamento de uma loja para que o vendedor pudesse fixar o suporte do GPS no mesmo. Como o serviço era rápido, o vendedor deixou a porta do lado do motorista meio aberta, enquanto realizava tal serviço. Foi o que bastou para uma senhora chegar e apertar a buzina do seu veículo de forma esquizofrênica. O vendedor assustou-se e rapidamente fechou a porta do carro. Fiquei encarando a mulher que não me olhou, assim não pude dizer a ela aquilo que muita gente precisa ouvir: você deveria ter umas aulas de boas maneiras! Além de grossa, provocou um ruído muito forte, irritando todas as pessoas que estavam por perto.

Já que estamos falando em ruído é importante que os policiais fiquem atentos, pois muitos “motoristas” os provocam acima dos decibeis permitidos, e muitas vezes no horário do sagrado repouso.

Seria muito interessante se as escolas, em todos os níveis, dessem instruções sobre o trânsito, sempre. A imprensa deveria estar mais atenta, e colaborar na instrução para bem dirigir. Especialmente as rádios e emissoras de TV teriam um papel muito importante nesta instrução, usando alguns segundos, de forma permanente, para educar as pessoas sobre as leis e sinais de trânsito, e também repassando as boas maneiras para um trânsito tranquilo, em respeito e defesa da vida.

Quanto a mim, especialmente quando sou caroneiro, repito sempre: “Dirija devagar, pois tenho pressa de chegar”. Entendeu?


* Jornalista

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