Esconjuro
* Por
Alberto Cohen
Mistura de criança e de senhora,
no teu sorriso havia uma premência
de que eu abrisse as asas e voasse
de qualquer forma, mas que fosse embora.
Não sei qual o mistério que ocultava
o teu olhar de antiga despedida,
somente qualquer coisa no passado
fazia-te ansiar minha partida.
E novamente como bom menino
fui pelos céus, um anjo sem futuro,
sem sonhos, sem esperas, nem destino,
exorcizado por teu esconjuro.
· Poeta
e escritor paraense
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