sexta-feira, 14 de junho de 2013

Pílulas literárias 171

* Por Eduardo Oliveira Freire

EM NOITES FRIAS E ESCURAS
A morta-viva cantava uma bela canção, que atraía os vivos e eram atacados por um bando de zumbis. Ela não percebia nada, estava longe em seu mundo vivendo a liberdade plena.

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ESSÊNCIA VERDADEIRA
- Doutora... Já estou muito tempo fazendo essas sessões, mas há um segredo que nunca revelei a ninguém. É que nunca gostei do meu corpo... Não gosto de ser homem, mas não me sinto " bicha". Em sonhos, transporto-me para uma ilha. Eu era uma jovem delicada e havia uma mulher que sempre estava comigo. Era bela e uma sensível poetisa. Ficávamos juntas no imenso mar recitando poesias, nadando e se tocando. Ela era minha mestra-mãe-irmã-amiga-amante. Será que ela é só fruto da minha imaginação? Por que estamos separadas? Doutora! O que está fazendo... Dou...

Ela se levanta e vai ao divã, onde está Firmino e o beija. O homem se vê transformar na jovem através do espelho, que havia no consultório. Amaram-se e choraram de felicidade. A busca incessante havia terminado.

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O PRETERIDO
Triste por não ser amado se joga no mar. Dias depois, encontraram seu corpo numa praia. A mãe ao receber a notícia, pensou: “ Coitado, nem o mar o quis.”

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COINCIDÊNCIA
Encontraram-se quando foram com amigos em comum ao cinema. Anos depois, separaram-se e ao verem na televisão o filme, o qual assistiram no dia que se conheceram, consideraram uma triste coincidência.

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EXISTIR
- Eu existo, tenho uma identidade.
 - Não tenho nada disso, mas existo.
 - Legalmente, você não é nada.
 - Como? Estou aqui! Estou falando contigo!
 - Não interessa! Para mim, você não existe. Bem... só é uma lagartixa.
 - Viu como existo e não preciso de nenhum documento.

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A VIZINHA
Nunca troquei uma palavra com ela. Mas, adorava quando ouvia aquelas músicas tranquilas que me faziam viajar.
Em muitas ocasiões, encontrava-a lendo no ônibus e procurava anotar rapidamente o título do livro. Seguia-a e consequentemente descobri um mundo novo, repleto de bons restaurantes, livrarias, cinemas, bibliotecas e museus.
Um dia, mudou-se e nunca mais a vi. Gostaria de ter tido oportunidade de agradecê-la por tudo.

* Eduardo Oliveira Freire é formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense, com Pós Graduação em Jornalismo Cultural na Estácio de Sá e é aspirante a escritor


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