Um poeta do Cretáceo no Distrito Federal
* Por Paulo Bertran
Um
dinossauro montou banca de camelô
na
rodoviária de Brasília.
Em
horas de fastio
come
ônibus da linha de Samambaia.
Um ninho de megatérios
ocupou
a esplanada dos ministérios,
para
geral agrado dos funcionários,
parceiros
da preguiça gigante.
O
serviço público existe
para
o feito de todos os mais desistirem.
Na
Taguatinga persistem os mitos
Do
Arqueopterix, já assim idoso,
Mendigando
entre a praça do Bicalho
e
o largo do Relógio.
Mas
é no Gama
que
agora afama o Velociraptor.
Três
vítimas fatais em uma semana.
Todo
o tempo equipes da polícia
estão
no encalço, para lhe cobrar
multas
de trânsito e o imposto sobre assaltos.
Vivendo
assim é que escapamos da pré-história.
Três
Tiranossauros, em três dias,
consomem
Brasília inteira.
A
única solução é seu novo desadvento.
* Poeta e historiador goiano, autor do livro
“Sertão do campo aberto”, Verano Editora
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