sábado, 7 de janeiro de 2012



Torto

* Por Clóvis Campêlo

Quando a morte a ti trair
e enganar-te a inteligência,
não pense em pedir clemência,
nem peça para sair.

Vista-se com domingueira,
enfeite o leito com flores,
disfarce com mil odores
a hora que é derradeira.

No entanto, se alguém em "ais"
liberta gritos primais
em ânsias de despedida,

mostre-lhe um riso morto
- o certo se escreve torto -
e apenas é o fim da vida!

* Poeta, jornalista e radialista

Um comentário:

  1. A vida é morrer a cada dia,
    muitos insistem em não viver bem
    a morte para muitos é coisa para os
    outros, quanto mais longe possivel
    quanto mais tarde também...
    viver é saber morrer.
    Parabéns pela poesia

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