O Irã é logo ali
* Por Mara Narciso
* Por Mara Narciso
O cartunista Márcio Leite acaba de chegar da China, onde esteve por 15 dias participando de um júri de cartuns, juntamente com Ziraldo. Mostrou as fotos da viagem, e naquela dinâmica incansável, sai do Oriente e adentra no Oriente Médio, pois é assim que se sente quando se entra na Galeria de Arte Márcio Leite para apreciar a exposição de esculturas do artista ermitão iraniano Afra Sareban.
Não é possível achar toda e qualquer arte maravilhosa. Nem todas são. Mas é preciso visitar parte do Irã, através desta exposição. Até o cheiro parece vindo de lá. Ao longo das paredes, na parte superior, por toda a galeria, uma moldura de fotos feitas por Márcio Leite na sua última visita ao Irã, nos leva a esse país milenar. De história longa, berço da civilização, o Irã conta coisas de dois mil e quinhentos anos atrás.
O diretor da Casa Iraniana de Cartum e Arte, um divulgador da cultura do Irã, Massoud Shojai Tabatabai, veio a Montes Claros pela segunda vez. Bonito, elegante e educado, no seu terno claro, o cartunista do Irã Cartoon posava para fotos, e em Inglês, dava entrevistas e explicava as obras do seu conterrâneo expostas no local. Afirmava que “a Galeria de Arte Márcio Leite é um ponto de intercâmbio cultural” e que as esculturas “não são exatamente religiosas, mas representam a simbologia do Irã”.Quando se fala em escultura, vem logo à mente figuras humanas. Não é só essa a temática de Afra Sareban. Segundo o Assessor de Comunicação da exposição, Wesley Gonçalves, as obras são únicas e feitas manualmente “em argila misturada com pequenas pedras encontradas em Teerã, capital do Irã, e aquecidas em altas temperaturas, que as faz adquirir um brilho azulado”. São peças com dimensões que variam de 20 a 40 cm de altura e/ou comprimento, todas de tonalidade azul, cujo custo varia de mil a dois mil reais. Afra Sareban cria figuras entre mitológicas e religiosas, que retratam animais fantásticos, faces humanas e trazem características que numa hora lembram influência da arte chinesa, noutra a indiana ou apenas do oriente médio. Há imenso detalhamento, algum brilho e grande delicadeza. O que impressiona nas esculturas é a sensação de que, mesmo modernas, trazem na aparência a cultura milenar, dando a impressão de serem peças antiquíssimas. Atraentes e misteriosas despertam sensações novas ao observador, seja de admiração, curiosidade, ou respeito, porque falam com quem as observam.Diante das imagens desconhecidas, com anexos pelo corpo, como ventosas, receptáculos e sinais côncavos e convexos, se busca na memória símbolos já vistos e se procura a possível significação. “O choque cultural”, citado pelo jornalista João Renato Diniz, se dá pela visão de “estátuas expostas de pessoas, animais, elementos da natureza como o sol e de outros seres mitológicos caracterizados com chifres, que significam poder, no Oriente Médio”.Pela exposição iraniana se pode viajar através da arte por uma cultura e valores bem diferentes e distantes geograficamente, mas próximas em estética e capacidade de sensibilizar o visitante.
*Médica endocrinologista, jornalista profissional, membro da Academia Feminina de Letras de Montes Claros e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”-
Não é possível achar toda e qualquer arte maravilhosa. Nem todas são. Mas é preciso visitar parte do Irã, através desta exposição. Até o cheiro parece vindo de lá. Ao longo das paredes, na parte superior, por toda a galeria, uma moldura de fotos feitas por Márcio Leite na sua última visita ao Irã, nos leva a esse país milenar. De história longa, berço da civilização, o Irã conta coisas de dois mil e quinhentos anos atrás.
O diretor da Casa Iraniana de Cartum e Arte, um divulgador da cultura do Irã, Massoud Shojai Tabatabai, veio a Montes Claros pela segunda vez. Bonito, elegante e educado, no seu terno claro, o cartunista do Irã Cartoon posava para fotos, e em Inglês, dava entrevistas e explicava as obras do seu conterrâneo expostas no local. Afirmava que “a Galeria de Arte Márcio Leite é um ponto de intercâmbio cultural” e que as esculturas “não são exatamente religiosas, mas representam a simbologia do Irã”.Quando se fala em escultura, vem logo à mente figuras humanas. Não é só essa a temática de Afra Sareban. Segundo o Assessor de Comunicação da exposição, Wesley Gonçalves, as obras são únicas e feitas manualmente “em argila misturada com pequenas pedras encontradas em Teerã, capital do Irã, e aquecidas em altas temperaturas, que as faz adquirir um brilho azulado”. São peças com dimensões que variam de 20 a 40 cm de altura e/ou comprimento, todas de tonalidade azul, cujo custo varia de mil a dois mil reais. Afra Sareban cria figuras entre mitológicas e religiosas, que retratam animais fantásticos, faces humanas e trazem características que numa hora lembram influência da arte chinesa, noutra a indiana ou apenas do oriente médio. Há imenso detalhamento, algum brilho e grande delicadeza. O que impressiona nas esculturas é a sensação de que, mesmo modernas, trazem na aparência a cultura milenar, dando a impressão de serem peças antiquíssimas. Atraentes e misteriosas despertam sensações novas ao observador, seja de admiração, curiosidade, ou respeito, porque falam com quem as observam.Diante das imagens desconhecidas, com anexos pelo corpo, como ventosas, receptáculos e sinais côncavos e convexos, se busca na memória símbolos já vistos e se procura a possível significação. “O choque cultural”, citado pelo jornalista João Renato Diniz, se dá pela visão de “estátuas expostas de pessoas, animais, elementos da natureza como o sol e de outros seres mitológicos caracterizados com chifres, que significam poder, no Oriente Médio”.Pela exposição iraniana se pode viajar através da arte por uma cultura e valores bem diferentes e distantes geograficamente, mas próximas em estética e capacidade de sensibilizar o visitante.
*Médica endocrinologista, jornalista profissional, membro da Academia Feminina de Letras de Montes Claros e autora do livro “Segurando a Hiperatividade”-
O Irã é logo ali. E, com o seu texto, eu quase fiquei por lá. Muito bom, Mara.
ResponderExcluirObrigada, Marcelo. A arte é universal, e nos faz esquecer temporariamente as nossas mazelas e as de lá, do Irã.
ResponderExcluirViajei nas tuas descrições e visitei a galeria, além de passear pelo Oriente Médio através das palavras.
ResponderExcluirAbraços.
Grata pela visita e atenção, Marleuza. Obrigada!
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