domingo, 4 de setembro de 2011







Amor e Sono

* Por Algemon Charles Swinburne

Deitado a dormir entre os afagos da noite
Vi o meu amor debruçar-se sobre o meu leito,
Pálida como a mais escura folha do lírio ou corola
De pele macia e escura,
o pescoço nu para ser mordido,

*****

Transparente de mais para corar,
tão quente para ser branca,
Apenas de uma cor perfeita sem branco nem vermelho.
E os lábios abriram-se-lhe amorosamente e disseram -
Nem sei bem o quê, exceto uma palavra -Deleite.

*****

E a face dela era toda mel na minha boca,
E o corpo dela todo pasto a meus olhos;
Os braços longos e lentos,
as mãos quentes de fogo,

*****

As ancas frementes,
o cabelo a cheirar a Sul,
os pés leves luzentes,
as coxas esplêndidas e dóceis
E as pálpebras fulgentes
com o desejo da minha alma.


Trad. Helena Barras
do livro * Rosa dos Ventos”.

• Poeta inglês da época vitoriana

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