Do céu e mais
* Por Evelyne Furtado
* Por Evelyne Furtado
A janela do meu quarto me oferecia um céu inteiro. De súbito um edifício cortou-me um pedaço de céu. O prédio não se fez em um dia, porém só o percebi ontem à tarde, o que me levou a pensar no quanto estou desatenta ao que me rodeia.
Indaguei sobre o que pensava enquanto os operários erguiam o grande edifício: Será que prestava mais atenção aos vazios deixados pelas casas demolidas na vizinhança para erguer novas edificações ou, mesmo, aos meus próprios vazios? Será que me fixava em palavras e saudades? Será que me esforçava para aprender novos conceitos?
Talvez todas essas alternativas acrescidas a uma e outra preocupação expliquem o meu descaso com o céu recortado à minha revelia. As reflexões se multiplicaram e eu, ansiosa, já me antecipava a pensar que logo iriam me tirar mais céu.
Foi quando me forcei a contemplar a paisagem que tenho agora e que é feita de presente, saudades e vontades futuras.
No momento escrevo e assisto a uma entrevista com o poeta Ferreira Gullar e ele diz coisas preciosas. Começo a dividir a atenção entre o texto e o poeta. Ele ganha fácil. É conveniente parar por aqui.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Indaguei sobre o que pensava enquanto os operários erguiam o grande edifício: Será que prestava mais atenção aos vazios deixados pelas casas demolidas na vizinhança para erguer novas edificações ou, mesmo, aos meus próprios vazios? Será que me fixava em palavras e saudades? Será que me esforçava para aprender novos conceitos?
Talvez todas essas alternativas acrescidas a uma e outra preocupação expliquem o meu descaso com o céu recortado à minha revelia. As reflexões se multiplicaram e eu, ansiosa, já me antecipava a pensar que logo iriam me tirar mais céu.
Foi quando me forcei a contemplar a paisagem que tenho agora e que é feita de presente, saudades e vontades futuras.
No momento escrevo e assisto a uma entrevista com o poeta Ferreira Gullar e ele diz coisas preciosas. Começo a dividir a atenção entre o texto e o poeta. Ele ganha fácil. É conveniente parar por aqui.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Evelyne,
ResponderExcluirTambém sou muito distraído. Mas algumas coisas me fazem focar a atenção e mergulhar de cabeça, única e exclusivamente na experiência que se apresenta. Seus textos, por exemplo. Um beijo pra você.
Ouçu um poema musicado de Ferreira Gullar enquanto leio atentamente seu texto. Coincidência boa! Beijos!
ResponderExcluirAtenta ao carinho de vocês, sempre. Beijos e obrigada, Marcelo e Sayonara.
ResponderExcluir"A janela do meu quarto me oferecia um céu inteiro." Diante de muita oferta, nenhum questionamento. O muito nunca é demais, porém quendo perdemos, vêm muitas perguntas. Dizia a minha sábia mãe: " Não é fácil passar da sela para a cangalha". Daí, Evelyne, você buscar outras compensações como a poesia e as falas dos intelectuais para cobrir esses espaços sem céu.
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