De céu e chão
* Por Evelyne Furtado
Eu não sabia o que significava e, para ser franca, ainda não estou bem certa que sei. Mas me informei que a tal pós-modernidade começou com o fim da Guerra Fria e me pegou no caminho.
Sem perceber dei de cara com o mundo sem Deus, pois Ele foi morto na Era Moderna por alguns senhores plenos de saber e de si.
Mataram e alardearam o homicídio, certos de que salvavam a humanidade, mas não salvaram a mim.
Soa individualista? A mim, também, porém sou uma fiel representante de bilhões de seres humanos que andam sem norte pela pós-modernidade lutando pela salvação.
Alguns acreditam em metas e fazem seu destino assim: Casa, carros, o primeiro milhão, coisas do gênero. Outros ainda acreditam piamente no materialismo-histórico e sonham com esse fim. Meus sonhos tinham um abraço ao final e ao que saiba abraços não rendem muito mais não.
Agora tudo é possível nesse mundo de meu Deus e eu fico tonta em meio às infinitas novidades. Mundo doido esse onde valores se desfazem em rapidez surpreendente. Doida estou eu querendo segurar o relógio; logo eu que seguia na frente dos ponteiros até uns dias atrás.
Às vezes dou conta que tiraram meu chão e o quero outra vez sob meus pés. È querer muito? Não acho. Nem o amor, coisa quase tão sagrada quanto Deus, escapa desse desmanche. Dizem que acabou, dizem que é ilusão, dizem que a fila anda, dizem que é pura invenção.
Talvez seja melhor parar à sombra do que vivi e só sair quando a pós-modernidade passar. Talvez eu reencontre meus bocados de céu e de chão.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Eu não sabia o que significava e, para ser franca, ainda não estou bem certa que sei. Mas me informei que a tal pós-modernidade começou com o fim da Guerra Fria e me pegou no caminho.
Sem perceber dei de cara com o mundo sem Deus, pois Ele foi morto na Era Moderna por alguns senhores plenos de saber e de si.
Mataram e alardearam o homicídio, certos de que salvavam a humanidade, mas não salvaram a mim.
Soa individualista? A mim, também, porém sou uma fiel representante de bilhões de seres humanos que andam sem norte pela pós-modernidade lutando pela salvação.
Alguns acreditam em metas e fazem seu destino assim: Casa, carros, o primeiro milhão, coisas do gênero. Outros ainda acreditam piamente no materialismo-histórico e sonham com esse fim. Meus sonhos tinham um abraço ao final e ao que saiba abraços não rendem muito mais não.
Agora tudo é possível nesse mundo de meu Deus e eu fico tonta em meio às infinitas novidades. Mundo doido esse onde valores se desfazem em rapidez surpreendente. Doida estou eu querendo segurar o relógio; logo eu que seguia na frente dos ponteiros até uns dias atrás.
Às vezes dou conta que tiraram meu chão e o quero outra vez sob meus pés. È querer muito? Não acho. Nem o amor, coisa quase tão sagrada quanto Deus, escapa desse desmanche. Dizem que acabou, dizem que é ilusão, dizem que a fila anda, dizem que é pura invenção.
Talvez seja melhor parar à sombra do que vivi e só sair quando a pós-modernidade passar. Talvez eu reencontre meus bocados de céu e de chão.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Parece que querer céu e chão não é pedir muito, no entanto valores quase recentes viraram desvalores. O céu evaporou-se e o chão virou pó. Não vou pregar o desconforto material, que é agradável usufruir, mas de que realmente precisamos? Ao final, o que temos? Espero que pelo menos as nossas risadas, as nossas lembranças e os atos de bondade que conseguirmos executar permaneçam na lembrança dos que ficarem, quando nos formos para sempre.
ResponderExcluirQuerida amiga Evelyne, acho que somos bem parecidos. Em matéria de "pós", somos muito mais "pré". Não acha, não?? Ótimo texto.
ResponderExcluirDifícil lidar com essa maré...sigo então acreditando
ResponderExcluire valorizando coisas que minha mãe me ensinou...
Se estou "out" ou "over", nado então contra a
maré.
Beijos
Estou muito bem acompanhada! Beijos e obrigada,queridos!
ResponderExcluir