sábado, 26 de março de 2011


Diálogo de talentos

O
nosso Literário completa, amanhã, cinco anos de existência, o que considero grande façanha face às circunstâncias que nos cercam. Nos três primeiros anos, tínhamos, já, uma característica diferente de espaços similares, voltados ou não para a Literatura: a periodicidade “quase” diária. Mas não havia edição aos sábados, domingos e feriados, fato de que vários leitores reclamaram. Foram muitos os que pediram, e mais do que isso, exigiram que nossas edições fossem diárias, sem interrupção em dia algum do ano.
Quando passamos a ter nosso “domicílio” próprio, aqui no blogspot, o que ocorreu em abril de 2009 quando fomos desligados do Comunique-se (à nossa revelia, frise-se), propus-me a aceitar o desafio. E o Literário passou a se renovar todos os dias, sem nenhuma exceção ou falha, nem uma única. Fosse Páscoa, Natal, Carnaval etc. lá estávamos nós com textos novos, concedendo oportunidades a todos que nos procuravam. Vocês conhecem outro blog com essa característica? E mais, que tenha por objeto específico a Literatura? Eu não conheço. Ponto, portanto, para nós.
As dificuldades logísticas para que isto se tornasse possível foram (e são, claro) imensas, quase intransponíveis. Mas apenas “quase”. Ora é um colunista que se esquece de enviar seu texto, ou que, por razões particulares, de força maior, não pode fazê-lo no prazo acertado. Ora é alguém que desiste abruptamente de participar do nosso espaço, sem nenhum aviso prévio que possibilite ao editor estudar alternativas. Ora são meus próprios compromissos pessoais conflitando com a edição. E os problemas sempre se sucederam e se sucedem. Houve momentos em que estive a pique de desistir e me dar por vencido.
E toque recorrer a algum plano B, e não raro, até, a um C, para não deixar os 151 heróicos seguidores na mão. Nunca deixei. As alternativas encontradas nem sempre foram ou são as ideais. Mas, convenhamos, nenhuma delas destoou do espírito que norteia e sempre norteou o Literário: o de primazia da qualidade literária, que é o que importa. Este sempre foi um espaço democrático, absolutamente livre, de idéias, sem nenhuma espécie de censura ou de veto. Publiquei inúmeros textos de opiniões frontalmente contrárias às minhas, sem nenhum problema. E quem quis (ou quiser) participar, mesmo não sendo colunista, sempre encontrou as portas abertas. A única restrição é a para a “má literatura”, a eivada de erros gramaticais e/ou conceituais e de incoerência de idéias.
Nestes casos, se ocorrerem (ainda, felizmente, não ocorreram), até para a proteção da imagem pública dos autores, a providência adotada será a de manter contato direto com quem redigiu e encaminhou o texto. Caso ele autorize, o mesmo será “editado”, com a devida correção dos erros detectados. Caso não... Nem sei que procedimento adotar pois, reitero, ainda não me vi, felizmente, face a essa circunstância.
Os que nos procuram são, invariavelmente, ou escritores ilustres, já consagrados, com obra literária consolidada, ou aspirantes a essa condição, mas com inegável criatividade e habilidade no manejo das palavras. É essa qualidade dos participantes do Literário que lhe garante credibilidade e crescente procura.
Basta ver o número diário de acessos, cuja média ultrapassa a 400. E isso, reitero, para um espaço voltado exclusivamente à literatura. Somados, a partir de 18 de abril de 2009, quando começou essa contagem, até ontem, eles já foram mais de 180 mil. E isso num espaço, torno a reiterar com a maior ênfase possível, voltado exclusivamente à Literatura!!!! Trata-se de um “diálogo”, rigorosamente diário, de talentos. E que talentos! Se há algo de que ninguém se queixou, até hoje, é da qualidade dos textos publicados.
As coisas poderiam ser melhores? Óbvio, poderiam. Aliás, deveriam e talvez um dia até sejam. Enquanto eu tiver saúde, pretendo manter a mesmíssima periodicidade e todas as características do Literário. Hoje, temos um “estilo” característico. Pode nem ser o melhor (provavelmente nem é, porquanto não domino todos os recursos proporcionados pelo computador). Mas o Literário tem personalidade. Daí eu não haver atendido sugestões para modificar nossa forma de apresentação.
Já me sugeriram, por exemplo, a introdução de vídeos. Até por razões conceituais, isso destoaria e iria contra nossos objetivos. Afinal, lidamos com Literatura, portanto, com a palavra escrita, que é, tem que ser sempre e sempre será enfatizada. Outra sugestão foi a de introduzir trilhas musicais. Até que seria interessante, notadamente para valorizar poesias, mas recusei-me também a atendê-la, pelas mesmas razões anteriores. Mudanças tão drásticas descaracterizariam nossa proposta, que vem funcionando a contento: a de promover esse diário “!diálogo de talentos” que tanto me fascina e, provavelmente, fascina também os amantes de Literatura que nos prestigiam.
Muitas vezes sou mal-interpretado. Há quem ache, por exemplo, que a profusão de textos de minha autoria aqui no Literário é uma forma de eu me aproveitar do fato de ser o editor para privilegiar o que escrevo. Contudo, nunca preteri colaboração de quem quer que seja para publicar o que eu tenha escrito. Ademais, essa intensa produção intelectual me exige um esforço sobre-humano. Estou mais sujeito a desgastes, por exemplo. Afinal, nestes cinco anos, já produzi e divulguei aqui por volta de 1.100 textos, entre editoriais, crônicas, poesias e contos. Não é pouca coisa!
Essa produção, até o mais ingênuo dos ingênuos sabe, demanda tempo, que é o que menos tenho. Demanda concentração, pesquisa, redação, revisão etc. Afinal, não tenho o direito de derrubar a qualidade do Literário. E, sem ser excessivamente complacente comigo mesmo, estou plenamente convicto de que nunca derrubei. É impossível para qualquer pessoa ser “genial” o tempo todo. Evidentemente, também não sou. Talvez nem seja, mesmo, ocasionalmente. Mas estou certo de que nunca destoei. Caso não tivesse tamanha participação ativa, é certo que seria até impossível manter a periodicidade diária do Literário, que é a nossa principal característica e que nos distingue de espaços similares.
Espero que, ao registrar, no próximo ano, nosso sexto aniversário, o nível de participação, quer com produção de textos para publicação, quer com comentários aos publicados, seja muito maior do que o atual. Que o número de seguidores, por exemplo, dobre e passe para pelo menos 300. Que os acessos passem de 300 mil e que dezenas de outros “quixotes”, como os que garantem a existência, credibilidade e qualidade do nosso espaço, se juntem a nós. Amém!!!

Boa leitura.

O Editor.

Acompanhe o Editor pelo twitter: @bondaczuk

4 comentários:

  1. É com orgulho que parabenizo o Literário e aproveito
    para te agradecer Pedro, por me proporcionar essa
    alegria que é a de fazer parte desse sonho.
    Muito obrigado e vida longa ao Literário!
    Beijos

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  2. Parabenizo o nosso Literário pela longevidade, desejando que eu possa, junto com ele, melhorar e contribuir, prestigiando através de comentários(espero que pertinentes) a produção dos nossos colegas. A periodicidade é a nossa força, e a pouca interação é a nossa fraqueza. Peço que invertam essa equação.

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  3. É com grande satisfação que parabenizo o Literário. Aproveitando o ensejo, agradeço a grande divulgação que o nosso querido editor Pedro proporciona a todos nós!
    Abração a todaos!

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  4. Atenção! Quatro dias sem o PC conectar (congestionamento do provedor de Internet!)

    A luta continua!!!

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