terça-feira, 1 de março de 2011







Cruz do Patrão e suas histórias

* Por José Calvino de Andrade Lima

Quando eu era criança, anos 50, na plataforma da Estação Ferroviária do Arraial (Casa Amarela), gostava de ouvir o preto-velho contar histórias do seu avô sobre a Cruz do Patrão. Ele dizia que os negros escravos eram presos, garroteados e depois enterrados atrás da Cruz.

Lembro-me, também, quando ele contava que Frei Caneca, revolucionário da Confederação do Equador, foi preso, julgado e condenado à forca para ser executado por pretos que se achavam presos na Cruz do Patrão. A pena foi substituída pelo fuzilamento, porque os presos se recusaram a enforcá-lo. Segundo a história, Frei Caneca foi fuzilado no largo próximo ao Forte das Cinco Pontas, em 13 de janeiro de 1825.

O preto-velho dizia ainda que, na Cruz do Patrão à noite, havia assombrações. Então, na sexta-feira, diante da minha curiosidade, fui até lá... Para os que não sabem, ela é um marco de pedra com uma coluna escura, mal conservada. Na parte de cima, há uma cruz com as iniciais Inri (Jesus Nazareno, o Rei dos Judeus). A Cruz do Patrão fica localizada na beira do Cais, que separa Recife (Brum) e Olinda.

* Formado em comunicações internacionais, escritor, teatrólogo, poeta, compositor, membro da União Brasileira de Escritores, UBE-PE e rei do Maracatu Barco Virado. Como escritor e poeta, tem trabalhos publicados nos jornais: Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco e em vários sites... Tem 11 títulos publicados, todas edições esgotadas. Em 2007, integrou-se na Antologia (Poetas Independentes).

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