

Minha língua
* Por Evelyne Furtado.
Originou-se no Lácio, refez-se na Península Ibérica e tem o romance em sua árvore genealógica. A língua portuguesa ganhou malemolência e ritmo novo ao desembarcar em terras tropicais.
A geografia física e humana abrasileirou a língua de Camões que é visceralmente sertaneja nas veredas de Guimarães Rosa.
Bebendo café, água de coco ou chimarrão nos entendemos em português, com falares próprios que não nos separa; ao contrário, nos une em nossas peculiaridades.
Bendita herança lusitana! Não comungo com os que acreditam que a língua nos isola. O idioma nos faz únicos no continente, mas não nos separa dos vizinhos. Com boa vontade ou com jeitinho nos comunicamos em "portunhol".
Não sou boa em outra língua. A língua portuguesa é minha ferramenta de expressão: Penso, falo, escrevo e sinto em português.
Não trato com reverência esse meu idioma. Nossa convivência é de muita intimidade e talvez por esse motivo, às vezes, eu peque contra ela. Mas é pecado afetuoso e, portanto, perdoável.
Desde que aqui desembarcou a língua portuguesa associou-se aos idiomas nativos e aos outros que posteriormente vieram para cá. Continua incorporando expressões estrangeiras, porém sem perder sua identidade.
Gosto que seja assim: livre de amarras e solta para novas associações. Quero-a com sotaques diversos assinalando a origem de quem fala. Desejo-a livre para que eu sinta saudade ou banzo, conforme a mistura de emoções.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado.
Originou-se no Lácio, refez-se na Península Ibérica e tem o romance em sua árvore genealógica. A língua portuguesa ganhou malemolência e ritmo novo ao desembarcar em terras tropicais.
A geografia física e humana abrasileirou a língua de Camões que é visceralmente sertaneja nas veredas de Guimarães Rosa.
Bebendo café, água de coco ou chimarrão nos entendemos em português, com falares próprios que não nos separa; ao contrário, nos une em nossas peculiaridades.
Bendita herança lusitana! Não comungo com os que acreditam que a língua nos isola. O idioma nos faz únicos no continente, mas não nos separa dos vizinhos. Com boa vontade ou com jeitinho nos comunicamos em "portunhol".
Não sou boa em outra língua. A língua portuguesa é minha ferramenta de expressão: Penso, falo, escrevo e sinto em português.
Não trato com reverência esse meu idioma. Nossa convivência é de muita intimidade e talvez por esse motivo, às vezes, eu peque contra ela. Mas é pecado afetuoso e, portanto, perdoável.
Desde que aqui desembarcou a língua portuguesa associou-se aos idiomas nativos e aos outros que posteriormente vieram para cá. Continua incorporando expressões estrangeiras, porém sem perder sua identidade.
Gosto que seja assim: livre de amarras e solta para novas associações. Quero-a com sotaques diversos assinalando a origem de quem fala. Desejo-a livre para que eu sinta saudade ou banzo, conforme a mistura de emoções.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
Como disse Caetano, "o que quer, o que pode essa língua?". Parabéns, amiga Evelyne, pela bela declaração de amor à ultima flor do Lácio.
ResponderExcluirGosto muito de observar sotaques. Depois de 45 anos (seria isso mesmo?) da Rede Globo, impondo a maneira carioca de ser, viver e falar, o Português Brasileiro ainda dá show de variedades. Dentro do estranhamento de algumas expressões faladas longe de nós, vem a curiosidade. Viva os sotaques brasileiros, e a sua maneira de declarar amor à nossa língua, Evelyne.
ResponderExcluirTambém sinto um grande amor à nossa língua. Sinto o maior orgulho por ser a única que tem palavra saudade ( que quando traduz a dor da ausência é sempre no singular). Não é lindo isso?
ResponderExcluirParabéns, Evelyne!
Beijos
Obrigada Marcelo, Mara e Risomar! Amo de verdade a língua portuguesa! Beijos e boa quarta para vocês.
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