quinta-feira, 9 de março de 2017

Porque sou

* Por Verônica Aroucha


Porque me vás e me deixo
assim vazia
Nua
na rua entrelaçada com mil outras cidades
Porque me vás, se nada me tens
Pedacinhos de mim...
Retira-me assim dos teus espaços
Porque me vás, se nos contornos dos espelhos
sorrimos e cantamos
choramos e bebemos
Porque me vás
Se o Céu não vê
O sol não se lembra
A lua zomba de nós
Porque me vás
Na formosura da alma minha
no momento supremo
do meu encontro com Deus
Porque me vás, e me esperas
e me conduzes, e me rebela,
e me estranhas
Sem saber que sempre sou
Um espaço que fica


* Poetisa.

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