segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Sabedoria


* Por Núbia Araujo Nonato do Amaral


A senhorinha não sabia ler e nem escrever, seu sonho de consumo era o de ler a Bíblia sozinha, os salmos, as parábolas.

Queria ir ao banco mais sabida, se inteirar sobre o seu benefício. No dia combinado ela chegou com lápis apontado e caderno pautado.

A cada letra desvendada um brilho no olho. Os números deixaram de ser hieróglifos. Salomão foi a primeira palavra de muitas.

Pena, ela estava ficando esperta demais, sabida demais, pediu pra ver se o que recebia em mãos batia com o valor do contracheque. No dia seguinte não apareceu, nem quiseram o caderninho de volta.

 * Poetisa, contista, cronista e colunista do Literário


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