Sabedoria
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
A senhorinha não sabia
ler e nem escrever, seu sonho de consumo era o de ler a Bíblia sozinha, os
salmos, as parábolas.
Queria ir ao banco
mais sabida, se inteirar sobre o seu benefício. No dia combinado ela chegou com
lápis apontado e caderno pautado.
A cada letra
desvendada um brilho no olho. Os números deixaram de ser hieróglifos. Salomão
foi a primeira palavra de muitas.
Pena, ela estava
ficando esperta demais, sabida demais, pediu pra ver se o que recebia em mãos
batia com o valor do contracheque. No dia seguinte não apareceu, nem quiseram o
caderninho de volta.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
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