Chuva
* Por
Marcelo Labes
a chuva cai
solene e pesada
sobre meus planos
de dormir cedo
e evitar o que
é temor e o que
é receio
: as ruas alagadas
até as calçadas
amanhã cedo.
[penso que]
devia ter comprado
tênis novos
enquanto era
tempo
de evitar que
os pés molhados
entortassem
o caminho
pelo meio.
abro meu guarda-chuva
amarelo pra fingir
que existe sol.
depois fecho:
a cara na chuva,
a chuva na rua
e a água no bueiro.
*Marcelo
Labes é escritor. Autor de Falações (Edifurb, 2008, poemas) e de Porque sim não
é resposta (Edição do Autor, 2014, poema), publica regularmente na sua página,
Matematicaligraficamentira, no Facebook e no Blog.
Nenhum comentário:
Postar um comentário