segunda-feira, 11 de abril de 2016

No meio do caminho


* Por Talis Andrade


A morte vem
com estardalhaço
salva de girândolas
retreta na praça

A morte vem
num tremor de terra
quando se abrem
as sete bocas
do inferno

A morte vem
quando você
atravessa a rua
e tropeça que
no meio do caminho
tem uma pedra
no meio do caminho
uma pedra
um carro sem freios
um cavalo em disparada

A vida uma andança
e mais que se ande
nunca se passa
do meio do caminho

Pra quê pressa
come devagarinho

* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).


Um comentário:

  1. Boa suavizada no final. Que a morte demore a chegar, e chegue de que jeito? De mansinho ou se supetão?

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