A engenharia da destruição 2
* Por
Lula Miranda
Até para destruir é
preciso engenho e, talvez, “arte”.
Esse é um lema que
serviria, como uma luva, àquelas empresas que executam serviços de demolição -
como as que se utilizam da técnica da implosão, por exemplo.
Mas serviria, também, como
uma luva, aos grupos econômicos, políticos e de mídia que, desde praticamente o
primeiro dia do seu primeiro mandato, golpearam, sem cessar, Lula e seu governo
(agora, o governo Dilma).
Utilizando-se,
inclusive, sobejamente, de golpes baixos, de ataques a amigos e parentes mais
próximos do(a) presidente (filhos, esposa, irmãos etc.): uma covardia
inominável. Com o intuito sabido de fragilizar e, por fim, interditar,
“implodindo” assim o seu governo.
A técnica de implosão
é mais ou menos conhecida por todos: colocam-se pequenas bananas de explosivo
(pouco maiores e mais espessas que um dedo médio) em pontos estratégicos e
vitais de sustentação da estrutura da edificação. Detonadas essas estruturas, a
gravidade faz o resto: o prédio vem abaixo de modo espetacular e quase
silencioso. As tentativas e estratagemas para “implodir” o governo (e o Partido
dos Trabalhadores) utilizam-se de “tecnologia”similar.
Assim, lançando mão de
técnicas engenhosas de destruição, engenheiros e operários ruinosos, a serviço dos
chamados “donos do poder”, tentaram (e ainda tentam) “desconstruir” o governo
Lula - e desconstruir o governo Dilma e a imagem do PT.
Você deve se lembrar:
um a um, homens que seriam supostos “pilares” do governo e do PT foram
atacados, acuados, “fragilizados”, “demonizados” e, em alguns casos,
efetivamente derrubados: José Genoino, Zé Dirceu, Palocci, Gushiken, Marcio
Tomaz Bastos, dentre outros. A estratégia era simples, como as da implosão:
derrubados os pilares, o prédio ruiria. Em síntese essa era uma das técnicas
utilizadas pela engenharia da destruição (e do golpismo). Veremos outras a
seguir.
Não que alguns desses
homens não tenham eventualmente cometido algum erro ou “pecado” e, num caso ou
outro, merecido, de fato, ser defenestrado. Mas todas as denúncias que lhes
foram feitas eram cabíveis, críveis? Foram comprovadas? Outra questão possível
seria: o(s) pecado(s) por eles cometido(s) tinha(m) algo de original? Por que
só agora esses supostos “pecados” passaram a merecer o patíbulo e a pena capital
do apedrejamento em praça pública? Dissesse um deles: “Que atire a primeira
pedra aquele (político) que não tenha pecado”. E as pedras cessariam.
Cessariam?
Porém, para surpresa e
assombro de muitos, assim como em certas obras do comunista Niemeyer, a laje de
sustentação desse governo se projeta e avança no ar, inefável e imponente.
Aparentemente (mas só aparentemente), tal qual a poesia, “mágica” e a técnica
subversiva da arquitetura do comunista centenário: sem sustentação, sem
pilares.
Os verdadeiros e
inexpugnáveis pilares ocultos, descobriu-se mais tarde, eram as dezenas de
milhões de votos recebidos do povo brasileiro, e o desejo, desse mesmo povo, de
que o governo prosseguisse firme. Notadamente agora que o país, ao que indicam
todos os índices, estudos e projeções, parecia começar a retomar uma rota de
crescimento e de desenvolvimento. Não é hora de destruir; é hora de construir.
A sustentação
invisível, inefável e “mágica” desse governo e desse projeto de país, se
constataria mais tarde, é a militância de esquerda.
Mas os engenheiros e
operários da destruição não desistiriam. Pretendiam, a qualquer custo, demolir
o imponente “prédio”. Não se conformariam com o vexame e fracasso de seu
objetivo infame de frustrar e interditar os sonhos e desejos legítimos de um
povo por um melhor porvir, transformando-o em caos, pó e ruínas. Para
constrangimento e dissabor destes, o “edifício” prosseguia de pé.
O presidente Lula não
só sobreviveu a esses duros e reiterados golpes como, lastreado na vontade da
maioria da população, se reelegeu de forma consagradora, avassaladora,
retumbante, e o seu partido, o PT, também sairia vitorioso nas eleições que se
seguiram.
O que culminou,
paradoxalmente, em certa medida, sendo nocivo ao governo e ao Partido dos
Trabalhadores, pois estes, aparentemente, não assimilaram de todo os golpes e
as lições, e não procuraram corrigir, de modo pragmático, peremptório, os
desvios e erros cometidos.
Qual será o próximo
ardil do engenho da destruição (e do golpismo)? Quem será o próximo alvo?
Dilma, Tarso Genro, Guido Mantega, Jaques Wagner, Fernando Pimentel?
Qual será a próxima
denúncia seletiva?
Aguarde atento aos
próximos episódios e desdobramentos dessa verdadeira devassa e “neomacarthismo”
por que passam o PT, seus governantes, filiados e aliados.
(Nota do autor: este
texto é uma recriação de artigo publicado no dia 11/09/2007, quando eu era
colaborador da Agência Carta Maior. Para que se note que, desde aquela época,
os “engenheiros da destruição” já operavam).
*
Poeta e cronista
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