Sinos ecoam nas vielas de Praga...
* Por
Gustavo Pilizari
Os paralelepípedos das
tortuosas vielas escondidas de Praga nos remetem a um tempo muito passado, mas
presente em cada cena desbotada e casas descascadas pelos malditos ponteiros
astronômicos que não hesitarão em continuar dando cordas na sua longa jornada
pelos séculos...
Estar em Praga
(República Tcheca), é voltar numa cena Medieval iniciada 600 ou 700 anos atrás
e, cujas marcas, ainda são vistas em cada rua da cidade... Sua calmaria
vertiginosa, seus odores queimados e cores ocres enrugadas despertam uma
gostosa sensação de melancólico pertencimento a uma era já passada, mas enfim,
viva em cada marionete, portinhas e becos perdidos pelo caminho do flanador...
Estou em Praga e, nada
resume melhor seu encanto pela palavra: conto de fadas! Sua estrutura de
prédios e casas baixinhas de cores enferrujadas, desbotadas e encardidas apenas
colaboram ao entorpecimento de uma mágica cena onde num canto qualquer, um
príncipe e princesa à cavalo desfilarão frente aos olhos...
As pontes nos levam e
nos trazem ao pertencer e ao não pertencer de um mundo em que não existem
chegadas nem partidas, antes, conexões para alhures... basta a nós,
sonharmos...
Cutucam os céus as
cúpulas e abobadadas catedrais e igrejas encontradas em cada esquina num lugar
onde a fé quase não há... Entre os corredores apertadinhos e aconchegantes de
vielas escuras, em que nos perguntamos quem ali moraria, um som de gaita ou
acordeom ou violino ou valsa pode ser ouvido despretensiosamente...
E não bastasse às
pinturas a céu aberto desta capital, a cidade encanta pelo seu ar de mistério,
querendo nunca ser compreendida por morador nenhum, mas sim cravada pelo mito
de ser a metamorfose de um outro escondido em cada coração valente que aqui
desembarca...
*
Jornalista
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