Colo
* Por
Núbia Araujo Nonato do Amaral
Olho-me com certa incredulidade.
Vejo-me com certa impaciência.
Insiro-me com certa relutância.
Preferia o colo que me protegia.
Preferia os sons que eu grunhia.
Bichinho "de vez" não perde guarida.
O tempo, sempre o tempo, empurra
as nuvens desenhando uma passagem
inexorável enquanto engulo o choro.
Vivencio fases ora sombrias ora
dolorosas implorando às nuvens
que cessem seu caminhar.
Olho-me ainda com incredulidade
assisto-me com certa paciência.
Cedo o meu colo decifrando nos
grunhidos o temor das sombras.
* Poetisa, contista, cronista e colunista do
Literário
O colo citado parece estar longe de lhe dar segurança. Gostei da imagem das nuvens. Apenas a morte será capaz de para-las.
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