Volata para a mulher ausente
* Por Talis Andrade
As cigarras acordam
os primeiros ruídos do dia
O cantar dos pássaros
corta a janela do quarto
onde o poeta se trancou
na vã tentativa
de tapar os ouvidos
Os raios do sol
volatam a cortina
cega do quarto
e o poeta permanece
como se fosse possível
ficar impassível
diante do novo dia
que se anuncia
Os carros derrapam
no tênue silêncio
da rua em sossego
Os carros arrancam
para as garagens dos escritórios
para os pátios das fábricas
para o atropelamento
louco da manhã
Os carros arrancam
velozmente
Para onde caminha
o poeta
se a alma recusa
o cálice que se avizinha
O coração inverna
o frio da solidão
O coração ressente
a antiga presença
do corpo da amante
Para onde caminha
o poeta
Um coração amante
pressente
quanto difícil
transpor o rio
do esquecimento
O coração pressente
o cantar dos pássaros
o sorriso das crianças
serão cantares
serão sorrisos
se advindos da amante
O coração pressente
Voltará o sol a brilhar
quando seus raios
clarearem o rosto
iluminarem os olhos
derramando-se em ouro
nos cabelos da amante
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
* Por Talis Andrade
As cigarras acordam
os primeiros ruídos do dia
O cantar dos pássaros
corta a janela do quarto
onde o poeta se trancou
na vã tentativa
de tapar os ouvidos
Os raios do sol
volatam a cortina
cega do quarto
e o poeta permanece
como se fosse possível
ficar impassível
diante do novo dia
que se anuncia
Os carros derrapam
no tênue silêncio
da rua em sossego
Os carros arrancam
para as garagens dos escritórios
para os pátios das fábricas
para o atropelamento
louco da manhã
Os carros arrancam
velozmente
Para onde caminha
o poeta
se a alma recusa
o cálice que se avizinha
O coração inverna
o frio da solidão
O coração ressente
a antiga presença
do corpo da amante
Para onde caminha
o poeta
Um coração amante
pressente
quanto difícil
transpor o rio
do esquecimento
O coração pressente
o cantar dos pássaros
o sorriso das crianças
serão cantares
serão sorrisos
se advindos da amante
O coração pressente
Voltará o sol a brilhar
quando seus raios
clarearem o rosto
iluminarem os olhos
derramando-se em ouro
nos cabelos da amante
* Jornalista, poeta, professor de Jornalismo e Relações Públicas e bacharel em História. Trabalhou em vários dos grandes jornais do Nordeste, como a sucursal pernambucana do “Diário da Noite”, “Jornal do Comércio” (Recife), “Jornal da Semana” (Recife) e “A República” (Natal). Tem 11 livros publicados, entre os quais o recém-lançado “Cavalos da Miragem” (Editora Livro Rápido).
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