Santa Cruz, ame-o ou deixe-o
* Por Clóvis Campêlo
Já vai longe o tempo em que os nossos clubes de futebol eram criados e mantidos por grupos e famílias que ali se encontravam e se reuniam em busca de lazer e diversão.
Já vai longe também o tempo em que os dirigentes atuavam como verdadeiros mecenas, tirando dinheiro do próprio bolso para manter e modernizar os clubes, ou para reforçá-los com bons jogadores e garantir a conquista de títulos e prestígio.
Hoje, o futebol está inserido no contexto da indústria do entretenimento, e como tal vários desses conceitos e costumes mudaram. Futebol, hoje, para um clube bem administrado, é sinônimo de bons negócios e lucro garantido. Para um clube mal administrado, pode ser o fim.
No bojo dessas mudanças, surgiram os dirigentes empresários, aqueles que atuam como negociadores na contratações de atletas profissionais, geralmente ficando com o bônus dessas negociações e deixando o ônus para os clubes pagarem.
Com o Santa Cruz, não foi diferente. Durante anos, sofremos com administrações mal intencionadas e mal sucedidas, que, pouco a pouco, foram afundando o clube numa crise financeira profunda e que se refletiu diretamente no nosso desempenho dentro de campo. Chegamos à beira do abismo, nele despencamos e dele vimos tentando sair nos últimos anos.
Hoje, embora ainda não tenhamos dentro de campo a equipe que queremos e merecemos, já podemos notar que administrativamente o clube mudou e que, mais cedo ou mais tarde, essa reorganização necessária trará os seus frutos dentro e fora de campo.
Sabemos também que o atleta profissional, dentro da visão mercantilista que orienta o futebol hoje, sempre parte em busca da melhor proposta financeira. Seus vínculos emotivos com o clube que defende quase que inexistem, embora ponha sempre em prática a jogo de cena de iludir o torcedor apaixonado com atitudes falsas. Na sua maioria, esses jogadores nem mesmo são formados nos clubes onde atuam. São nômades que, em nome da profissionalização, vendem-se e se oferecem a quem pagar mais.
Por isso, a torcida, que sempre curte uma eterna e desvairada paixão, decepciona-se e se frusta quando se descobre vítima desse jogo de cena enganatório. Sente-se traída e abandonada por quem vai em busca de mais cifrões, esquecendo as falsas juras de amor e fidelidade implícitas na encenação.
No próprio Santa Cruz, ao longo desses últimos anos, já tivemos vários exemplos desses, inclusive com jogadores formados no próprio clube e que foram ídolos da torcida coral. Thiago Mathias não é o primeiro e nem será o último caso. Que ele prossiga em paz na sua vida profissional e que nós sigamos em frente em busca do futuro que merecemos.
• Poeta, jornalista e radialista
* Por Clóvis Campêlo
Já vai longe o tempo em que os nossos clubes de futebol eram criados e mantidos por grupos e famílias que ali se encontravam e se reuniam em busca de lazer e diversão.
Já vai longe também o tempo em que os dirigentes atuavam como verdadeiros mecenas, tirando dinheiro do próprio bolso para manter e modernizar os clubes, ou para reforçá-los com bons jogadores e garantir a conquista de títulos e prestígio.
Hoje, o futebol está inserido no contexto da indústria do entretenimento, e como tal vários desses conceitos e costumes mudaram. Futebol, hoje, para um clube bem administrado, é sinônimo de bons negócios e lucro garantido. Para um clube mal administrado, pode ser o fim.
No bojo dessas mudanças, surgiram os dirigentes empresários, aqueles que atuam como negociadores na contratações de atletas profissionais, geralmente ficando com o bônus dessas negociações e deixando o ônus para os clubes pagarem.
Com o Santa Cruz, não foi diferente. Durante anos, sofremos com administrações mal intencionadas e mal sucedidas, que, pouco a pouco, foram afundando o clube numa crise financeira profunda e que se refletiu diretamente no nosso desempenho dentro de campo. Chegamos à beira do abismo, nele despencamos e dele vimos tentando sair nos últimos anos.
Hoje, embora ainda não tenhamos dentro de campo a equipe que queremos e merecemos, já podemos notar que administrativamente o clube mudou e que, mais cedo ou mais tarde, essa reorganização necessária trará os seus frutos dentro e fora de campo.
Sabemos também que o atleta profissional, dentro da visão mercantilista que orienta o futebol hoje, sempre parte em busca da melhor proposta financeira. Seus vínculos emotivos com o clube que defende quase que inexistem, embora ponha sempre em prática a jogo de cena de iludir o torcedor apaixonado com atitudes falsas. Na sua maioria, esses jogadores nem mesmo são formados nos clubes onde atuam. São nômades que, em nome da profissionalização, vendem-se e se oferecem a quem pagar mais.
Por isso, a torcida, que sempre curte uma eterna e desvairada paixão, decepciona-se e se frusta quando se descobre vítima desse jogo de cena enganatório. Sente-se traída e abandonada por quem vai em busca de mais cifrões, esquecendo as falsas juras de amor e fidelidade implícitas na encenação.
No próprio Santa Cruz, ao longo desses últimos anos, já tivemos vários exemplos desses, inclusive com jogadores formados no próprio clube e que foram ídolos da torcida coral. Thiago Mathias não é o primeiro e nem será o último caso. Que ele prossiga em paz na sua vida profissional e que nós sigamos em frente em busca do futuro que merecemos.
• Poeta, jornalista e radialista
Nenhum comentário:
Postar um comentário