A primeira crônica
* Por Evelyne Furtado
Não foi triunfal. Nem tinha porque ser. Mas foi bom. Respondi uma pergunta e comecei assim a escrever a primeira crônica do ano, via mensagem de texto.
Ir à Ponta Negra não foi fácil. O destino era o de muitos nas últimas horas de 2010. O transito nas ruas próximas à praia estava uma bagunça e chegamos com uma chuva torrencial.
Algumas pessoas corriam com a roupa colada no corpo; outras aceitavam a chuva, simplesmente. O tempo e o dinheiro gastos no salão de beleza foram-se com o rápido temporal. Coisa sem nexo fazer escova para um Reveillon na praia!
Chegamos ao hotel com pouco ou quase nenhum dano. A alegria veio nem sei de onde, mas ficou comigo. O local, a música e as companhias ajudaram a mantê-la. Não focar em desejos impossíveis, também.
A chuva passou e o ano com ela. De onde estava vi bem os fogos de artifícios desde o Morro do Careca até a Ponte Newton Navarro. Nada tão espetacular. A queima de fogos durou pouco, mas não me importei. Não estava em Copacabana, afinal, e nem ali para reclamar.
Foi bom ver tanta gente de branco na beira da praia esperando 2011 e o mar esplendoroso à minha frente. Fui contagiada pela esperança que emanava dos que disputavam a praia um pouco abaixo.
Desci para levar flores a Iemanjá, rezando a Nossa Senhora, que a mim é mais próxima. Driblei a multidão e me adiantei às ondas que vinham indisciplinadamente de todos os lados.
Não sabia se jogava as flores ou se pulava as sete ondas e executei ambas as ações de uma só vez. Lá pela sexta o mar me invadiu roupa e pele. Na sétima, molhada e sem me decidir entre segurar o vestido e não cair, soltei o último ramo e disparei a rir. Acho que isso se aproxima um pouco do que chamam estado de graça. Nada triunfal. Simplesmente um bom começo de ano. Ainda deve haver uma flor na beira mar.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
* Por Evelyne Furtado
Não foi triunfal. Nem tinha porque ser. Mas foi bom. Respondi uma pergunta e comecei assim a escrever a primeira crônica do ano, via mensagem de texto.
Ir à Ponta Negra não foi fácil. O destino era o de muitos nas últimas horas de 2010. O transito nas ruas próximas à praia estava uma bagunça e chegamos com uma chuva torrencial.
Algumas pessoas corriam com a roupa colada no corpo; outras aceitavam a chuva, simplesmente. O tempo e o dinheiro gastos no salão de beleza foram-se com o rápido temporal. Coisa sem nexo fazer escova para um Reveillon na praia!
Chegamos ao hotel com pouco ou quase nenhum dano. A alegria veio nem sei de onde, mas ficou comigo. O local, a música e as companhias ajudaram a mantê-la. Não focar em desejos impossíveis, também.
A chuva passou e o ano com ela. De onde estava vi bem os fogos de artifícios desde o Morro do Careca até a Ponte Newton Navarro. Nada tão espetacular. A queima de fogos durou pouco, mas não me importei. Não estava em Copacabana, afinal, e nem ali para reclamar.
Foi bom ver tanta gente de branco na beira da praia esperando 2011 e o mar esplendoroso à minha frente. Fui contagiada pela esperança que emanava dos que disputavam a praia um pouco abaixo.
Desci para levar flores a Iemanjá, rezando a Nossa Senhora, que a mim é mais próxima. Driblei a multidão e me adiantei às ondas que vinham indisciplinadamente de todos os lados.
Não sabia se jogava as flores ou se pulava as sete ondas e executei ambas as ações de uma só vez. Lá pela sexta o mar me invadiu roupa e pele. Na sétima, molhada e sem me decidir entre segurar o vestido e não cair, soltei o último ramo e disparei a rir. Acho que isso se aproxima um pouco do que chamam estado de graça. Nada triunfal. Simplesmente um bom começo de ano. Ainda deve haver uma flor na beira mar.
• Poetisa e cronista de Natal/RN
" Nada de espetacular", "nada de triunfal", sim, mas tão bom! E você nem avalia quanto, Evelyne. Feliz ano novo, muito melhor do que o meu, que passei tentando dormir e fui acordada por uma dor anginosa, intensa, matadeira. Mas não reclamo. Fui acordada! E isso é melhor do que não acordar jamais!
ResponderExcluirMuitos dizem:
ResponderExcluir_É apenas um dia após o outro...
Só será dessa forma se não nos movermos.
Linda crônica Evelyne, o melhor que está por vir
não vem de fora, vem do seu sorriso e estado de graça.
Beijos
Uma passagem de ano contida, porém não menos intensa. Talvez mais madura, mais realista, mais festejada por dentro que por fora. E festejar por dentro é a festa maior. Parabéns por mais este lindo texto, Evelyne, e tenha um 2011 cheio de alegrias e sucessos. Um beijo.
ResponderExcluirObrigada, amigos! Desejo saúde, paz e muitas doses dessa alegria interior para vocês. Beijos.
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